quarta-feira, 15 de novembro de 2017

PÍLULAS GRAMATICAIS ( 283) REPRODUZIDO DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI


Pílulas gramaticais (283)





Há no meio espírita quem pense e até propague que o termo reencarnação teria sido, como ocorreu com alguns outros vocábulos, criado por Allan Kardec, o codificador do Espiritismo.
Não é verdade. Não se trata de um neologismo decorrente do advento do Espiritismo. Kardec introduziu realmente na linguagem espírita diversos neologismos, mas esse não é o caso do termo reencarnação.
Vejamos o que ele escreveu a respeito do assunto, ao lançar sua primeira obra espírita:
“Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras. Os vocábulos espiritual, espiritualista, espiritualismo têm acepção bem definida. Dar-lhes outra, para aplicá-los à doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de anfibologia. Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não se segue daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível.
Em vez das palavras espiritual, espiritualismo, empregamos, para indicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos  espírita e  espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria. Diremos, pois, que a doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem, os espiritistas.
Como especialidade, O Livro dos Espíritos contém a doutrina espírita; como generalidade, prende-se à doutrina espiritualista, uma de cujas fases apresenta. Essa a razão por que traz no cabeçalho do seu título as palavras: Filosofia espiritualista.” (O Livro dos Espíritos, Introdução, parte  I.)
Além dos neologismos citados no texto acima, a obra de Kardec apresenta mais os seguintes, bastante conhecidos dos nossos leitores:
Mediunato [do latim medium + actu]: termo criado pelos Espíritos, para significar a missão providencial dos médiuns, a ação mediúnica que eles desenvolvem durante a reencarnação.
Perispírito [do latim peri= em redor + spiritus= espírito]: invólucro semimaterial da alma que ela conserva mesmo depois de sua separação do corpo. Nos encarnados, serve de laço ou intermediário entre a alma e a matéria.
Psicofonia (do gr. psyché, alma e phonê, som ou voz): transmissão do pensamento dos Espíritos pela voz de um médium falante.
Psicografia (do gr. psyché, borboleta, alma, e graphô, eu escrevo): transmissão do pensamento dos Espíritos por meio da escrita, pela mão de um médium.
Quanto à palavra reencarnação, atribuir sua origem a Allan Kardec é um equívoco que é preciso esclarecer.
Foi entre os séculos XVI e XVIII que surgiu, no Latim tardio, o termo erudito e acadêmico reincarnatio,reincarnationis, que, em seguida, passou para as línguas românicas e para o inglês. Em francês é "réincarnation". Essa informação pode ser conferida acessando-se o websitehttp://www.latin-dictionary.net/definition/33192/reincarnatio-reincarnationis
Ora, a codificação do Espiritismo teve início em meados do século XIX, mais precisamente a partir de 1855, quando o professor Rivail teve o primeiro contato com os fenômenos espíritas e passou a estudá-los de forma metódica, do que resultou aquilo que chamamos de codificação da doutrina espírita.




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