domingo, 31 de dezembro de 2017

OBRAS MEDIÚNICAS DUVIDOSAS: QUE FAZER? - PART. DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI


Reflexões à luz do Espiritismo





Obras mediúnicas duvidosas: que fazer?

Um leitor perguntou-nos qual é a maneira mais racional de identificarmos um autor de "obra mediúnica" inadequada à formação espírita?
Diante dessa indagação, não nos é possível deixar de mencionar o conselho que o saudoso médium Chico Xavier recebeu de Emmanuel, logo no início de suas tarefas no campo da mediunidade:
"Lembro-me de que, em um dos primeiros contatos comigo, ele me preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e, disse mais, que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e de Kardec, que eu devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo”. 
Segundo Chico Xavier, o fato se deu em 1931, antes pois da publicação de Parnaso de Além-Túmulo, que veio a lume em 1932.
O primeiro critério que deve guiar o leitor é, pois, examinar se a obra, mediúnica ou não mediúnica, é compatível com a doutrina contida no Evangelho e com o Espiritismo.
Outra medida relevante, recomendada por Allan Kardec no cap. XXVII, item 303, d´O Livro dos Médiuns, em uma “Observação” inserida após a 2ª pergunta, é não nos deixarmos – médiuns, comentaristas e leitores – deslumbrar pelos nomes que os Espíritos tomam com o objetivo de dar uma aparência de verdade a suas palavras, e desconfiar sempre "de teorias e sistemas científicos arriscados" e “de tudo o que se afastar do objetivo moral das manifestações".
Nada, absolutamente nada, ocorre por acaso. Toda pessoa que se dedicar à mediunidade deve, portanto, manter-se vigilante e não ignorar nem desprezar jamais a advertência de Erasto contida no cap. XX, item 230, d´O Livro dos Médiuns: “Melhor será repelir dez verdades do que admitir uma única mentira, uma só teoria falsa”.
O motivo dessa recomendação advém do fato de que nenhum médium está imune à mistificação. Assim, todo cuidado é pouco quando lidamos com o que nos vem do chamado plano espiritual. Em uma referência direta ao assunto, Divaldo Franco declarou certa vez: “As falsas comunicações, que de tempos a tempos o médium recebe, são avisos para que não se considere infalível e não se ensoberbeça”. (Cf. Moldando o Terceiro Milênio, de Fernando Worm, cap. 7, pág. 62.)
No texto de abertura do seu livro A Pedra e o Joio (edições Cairbar, 1975), escreveu Herculano Pires: “No Espiritismo a pedra de toque é a obra de Kardec”, frase de efeito que ele justificou em seguida, aditando ali algumas medidas que concorreriam para evitar – ou pelo menos minimizar – o surgimento de “obras mediúnicas” inadequadas, que constituem a preocupação da leitora que nos escreveu.
Disse Herculano na obra mencionada:
“Usar do bom senso é o primeiro preceito da normativa de Kardec.
Examinar com rigor a linguagem dos Espíritos comunicantes, submetê-los a testes de bom senso e conhecimento, verificar a relação de realidade dos conceitos por eles enunciados (relação do seu pensamento com os fatos, as coisas e os seres), enquadrar os seus ensinos e revelações no contexto cultural da época, verificando o alcance abusivo ou não das afirmações mais audaciosas — eis os elementos que temos de observar no trato da mediunidade, se não quisermos cair em situações difíceis, a que fatalmente nos levariam Espíritos imaginosos ou pseudossábios. E ao lado disso submeter tudo quanto possível à comprovação experimental, à pesquisa.
Bem sabemos que tudo isso requer espírito metódico, um fundo básico de conhecimentos gerais, capacidade normal de discernimento, superação da curiosidade doentia, controle rigoroso da ambição e da vaidade, equilíbrio do raciocínio, maturidade intelectual, critério científico de observação e pesquisa e firme decisão de não se deixar levar pelas aparências, aprofundando sempre o exame de todos os aspectos dos problemas e das circunstâncias.” (A Pedra e o Joio, edições Cairbar, 1975.)
No prefácio que escreveu para a edição de 1911 do seu livro No Invisível, Léon Denis disse que a credulidade, no plano terrestre, atrai os charlatães, os exploradores de toda espécie, a chusma dos cavalheiros de indústria que só procuram ludibriar. E advertiu: “Eis aí um perigo para o Espiritismo. Cumpre-nos, pois, a todos os que em nosso coração zelamos a verdade e nobreza dessa coisa, conjurá-lo. De sobra se tem repetido: o Espiritismo ou será científico, ou não subsistirá. Ao que acrescentaremos: o Espiritismo deve, antes de tudo, ser honesto!”




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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS - REP. DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI


Iniciação ao estudo da doutrina espírita







Pluralidade dos mundos
habitados

Este é o módulo 60 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Existem no Universo muitos planetas habitados como a Terra?
2. As emigrações e imigrações de Espíritos podem ocorrer em que situações?
3. Os ascendentes da etnia branca existente na Terra vieram de onde?
4. Que significa a expressão raça adâmica?
5. Em que época, segundo o Gênesis e o Espiritismo, viveu Adão? 

Texto para leitura

As migrações de Espíritos podem dar-se entre os diversos mundos
1. Um dos princípios fundamentais do Espiritismo é o da pluralidade dos mundos habitados. Na obra da criação divina, entre os mundos destinados à encarnação de Espíritos em estágio probatório ou expiatório, encontra-se a Terra, uma das inumeráveis habitações do ser humano. Evidentemente, existem muitos outros mundos que abrigam humanidades semelhantes à nossa, não sendo o homem terreno o único ser corpóreo dotado de inteligência, racionalidade e senso moral no Universo imenso.
2. Criado simples e ignorante, dotado de liberdade e livre-arbítrio, inclinado tanto para o bem quanto para o mal, falível portanto, o Espírito sujeita-se a encarnar e reencarnar, experimentando múltiplas existências corporais na Terra ou em outros planetas, tantas quantas forem necessárias para ultimar sua depuração e seu progresso. Esse processo admirável realiza-se através das emigrações e imigrações de Espíritos, ou seja, da alternância sucessiva e múltipla das existências humanas nos dois planos da vida: o corpóreo e o espiritual. Todo Espírito encarnado, enquanto seu corpo vive, está fixado no mundo em que encarnou.
3. Desencarnado, passa ele à condição de Espírito errante, que é exatamente o indivíduo que ainda necessita de reencarnar para depurar-se e progredir. No estado de erraticidade o Espírito continua a pertencer ao mundo onde tem de encarnar, mas, não estando a ele fixado pelo corpo, é mais livre e pode até mesmo visitar outros mundos, com a finalidade de instruir-se.
4. As emigrações e imigrações de Espíritos podem ocorrer também entre mundos diferentes, isto é, podem os Espíritos emigrar de uns para outros planetas. Uns emigram por força do progresso realizado, que os habilita a ingressar em um mundo mais adiantado, o que é um prêmio para eles; outros, ao contrário, são banidos do mundo a que pertencem, por não haverem acompanhado o progresso moral atingido pela humanidade desse mundo. O exílio que lhes é imposto constitui verdadeiro castigo, que a lei de justiça impõe aos recalcitrantes no mal, escravizados ao orgulho e ao egoísmo.  

A raça adâmica teve sua origem na imigração de Espíritos
5. Os ensinamentos espíritas aqui resumidos ajudam-nos a compreender e a melhor explicar as diversidades raciais humanas. A etnia branca existente na Terra, chamada outrora de “raça branca” (1), foi constituída, inicialmente, de Espíritos emigrados de um planeta pertencente ao sistema de Capela, uma estrela milhares de vezes maior que o Sol. 
6. Havendo o mencionado planeta atingido um estágio de progresso condizente com o de um mundo regenerado e mais feliz, mas permanecendo nele uma legião de Espíritos ainda recalcitrantes no orgulho e em outros sérios defeitos morais, tiveram eles de ser banidos e, por causa disso, muitos acabaram sendo encaminhados para o planeta Terra, onde foram recebidos por Jesus.
7. Em nosso mundo, sendo muito mais adiantados que os habitantes pertencentes aos povos autóctones ou indígenas, sobretudo no tocante à inteligência, vieram impulsionar o progresso daqueles, mesclando-se a eles e expandindo sua cultura por todos os cantos da Terra. Os homens que resultaram da reencarnação dos exilados de Capela em nosso mundo formaram a chamada raça adâmica, que deu origem a quatro grupos: os arianos ou indo-europeus, os egípcios, os israelitas e os indianos. 
8. A história dos exilados de Capela permite-nos compreender melhor as narrativas bíblicas acerca de Adão e Eva e sua expulsão do Paraíso. A lenda do Paraíso perdido funda-se, em verdade, no banimento daquela legião de Espíritos do planeta capelino, que, se comparado com a Terra, podia considerar-se efetivamente um paraíso.
9. Emmanuel, em seu livro A Caminho da Luz, nos dá informações valiosas a respeito da chamada raça adâmica, assunto que foi tratado igualmente por Kardec em A Gênese. Nesta obra, o Codificador, depois de aludir à questão das emigrações e imigrações coletivas de Espíritos de um mundo para outro, faz clara referência à raça adâmica no cap. XI, item 38: “De acordo com o ensino dos Espíritos, foi uma dessas grandes imigrações, ou se quiserem, uma dessas Colônias de Espíritos, vinda de outra esfera, que deu origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça adâmica. Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, como a América, quando aí chegaram os europeus”.

Adão e Eva viveram na Terra no período neolítico
10. Mais adiantada do que as que a tinham precedido neste planeta, a raça adâmica foi, com efeito, a mais inteligente e a que impeliu ao progresso todas as outras. O Gênesis no-la mostra, desde os seus primórdios, industriosa, apta às artes e às ciências, o que mostra que ela não passou na Terra pela infância espiritual, diferentemente do que ocorreu com os demais povos que habitavam, então, o planeta.
11. Tudo leva a crer que a chamada raça adâmica não é antiga na Terra e nada se opõe a que seja considerada como habitando este globo desde apenas alguns milhares de anos, o que não estaria em contradição com os fatos geológicos, nem com as observações antropológicas, antes tenderia a confirmá-las. Caim e Abel tinham habilidades desconhecidas dos homens primitivos, como o uso da terra para plantio e o pastoreio. Caim conhecia também a arte da construção de casas e cidades, uma conquista do período neolítico, porque antes dele os homens da Terra viviam em cavernas.
12. Chama-se período neolítico ao período da época holocena em que os vestígios culturais do homem pré-histórico se caracterizavam pela presença de artefatos de pedra polida (ainda não era utilizado o bronze) e pelo aparecimento da agricultura. A época holocena, iniciada há cerca de 12.000 anos, é aquela em que as geleiras se restringiram às regiões polares e ocorreram o desenvolvimento e a expansão da civilização humana. 
13. O Espiritismo nos ensina que a espécie humana não começou por um único homem e que aquele a quem chamamos Adão não foi o primeiro nem o único a povoar a Terra. Kardec indagou aos Espíritos Superiores: “Em que época viveu Adão?” Eles responderam: “Mais ou menos na que lhe assinais: cerca de 4.000 anos antes do Cristo” (L.E., item 51). De fato, a narrativa contida no cap. 4 do Gênesis nos leva ao mesmo entendimento, porque somente no período neolítico – entre os anos 5.000 a.C. e 2.500 a.C. – é que surgiu na Terra o pastoreio, seguido do cultivo da terra, e o homem passou de caçador a pastor. Ora, Caim cultivava o solo e seu irmão Abel era pastor, o que prova que a data indicada pelos Espíritos a respeito da época em que viveu Adão é perfeitamente compatível com os registros históricos. Como o povoamento da Terra se iniciou em épocas bem mais recuadas, é evidente que não descendemos dos pais de Abel e Caim, mas de outros ancestrais que teriam vivido muito antes.

(1) Diversos autores, seguindo critérios distintos de classificação, propuseram diferentes classificações da humanidade em termos raciais. A mais básica e difundida é a das três grandes subdivisões: caucasoide (raça "branca"), negroide (raça "negra") e mongoloide (raça "amarela"). Como conceito antropológico, essa classificação sofreu numerosas e fortes críticas, pois a diversidade genética da humanidade parece apresentar-se num contínuo, e não com uma distribuição em grupos isoláveis, e as explicações que recorrem à noção de raça não respondem satisfatoriamente às questões colocadas pelas variações culturais. É, pois, somente pela falta de um termo mais adequado que utilizamos no texto acima o vocábulo “raça”, certo de que existe uma única raça no mundo em que vivemos: a raça humana.

Respostas às questões propostas

1. Existem no Universo muitos planetas habitados como a Terra?
Sim. Segundo o Espiritismo, existem muitos outros mundos que abrigam humanidades semelhantes à nossa, não sendo o homem terreno o único ser corpóreo dotado de inteligência, racionalidade e senso moral no Universo imenso.
2. As emigrações e imigrações de Espíritos podem ocorrer em que situações?
Há Espíritos que emigram por força do progresso realizado, que os habilita a ingressar em um mundo mais adiantado, o que é um prêmio para eles; outros, ao contrário, são banidos do mundo a que pertencem, por não haverem acompanhado o progresso moral atingido pela humanidade desse mundo. O exílio que lhes é imposto constitui, então, um verdadeiro castigo, que a lei de justiça impõe aos recalcitrantes no mal, escravizados ao orgulho e ao egoísmo.
3. Os ascendentes da etnia branca existente na Terra vieram de onde?
Ela foi constituída, inicialmente, de Espíritos emigrados de um planeta pertencente ao sistema de Capela, uma estrela milhares de vezes maior que o Sol. 
4. Que significa a expressão raça adâmica?
De acordo com o ensino dos Espíritos, foi uma dessas grandes imigrações de Espíritos, vindos de outra esfera, que deu origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça adâmica. Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, como a América, quando aí chegaram os europeus. Mais adiantada do que os povos que a tinham precedido neste planeta, a raça adâmica foi, com efeito, a mais inteligente e a que impeliu ao progresso todas as outras. O Gênesis no-la mostra, desde os seus primórdios, industriosa, apta às artes e às ciências, o que mostra que ela não passou na Terra pela infância espiritual, diferentemente do que ocorreu com os demais povos que habitavam, então, o planeta.
5. Em que época, segundo o Gênesis e o Espiritismo, viveu Adão?
Segundo os ensinos espíritas, Adão viveu cerca de 4.000 anos antes do Cristo, um dado que é compatível com a narrativa contida no cap. 4 do Gênesis, porque somente no período neolítico – entre os anos 5.000 a.C. e 2.500 a.C. – é que surgiu na Terra o pastoreio, seguido do cultivo da terra, e o homem passou de caçador a pastor. Ora, conforme o relato bíblico, Caim cultivava o solo e seu irmão Abel era pastor, o que prova que a data indicada pelos Espíritos a respeito da época em que viveu Adão está de acordo com os registros históricos.


Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 50 e 53.   
A Gênese, de Allan Kardec, itens 37, 38, 39 e 56. 


Nota:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:




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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

NATAL DAS CRIANÇAS REP. DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

As mais lindas canções que ouvi (274)





Natal das crianças

Blecaute (Otávio Henrique de Oliveira)

Natal, Natal das crianças,
Natal da noite de luz,
Natal da estrela-guia,
Natal do Menino Jesus. (bis)

Blim, blão, blim, blão...
Bate o sino na matriz,
Papai, mamãe rezando
Para o mundo ser feliz.

Blim, blão, blim, blão...
O Papai Noel chegou,
Também trazendo presentes
Para a vovó e o vovô...



As cifras desta música você encontra em:https://www.cifraclub.com.br/natal/natal-das-criancas/ 



Você pode ouvir a canção acima clicando nos links abaixo:
Ivete Sangalo:
Blecaute:
Carlos Galhardo:
Jane Duboc:
Simone:
Roberta Miranda:




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sábado, 23 de dezembro de 2017

A REENCARNAÇÃO E O SENTIDO DA VIDA - REP. DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULOXXI


Contos e crônicas






A reencarnação e o sentido da vida


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

— Amigo Joteli, parabenizo-o pela sua seleção de doze crônicas minhas nas quais abordo o Espiritismo. Aprovo ipsis litteris sua crítica ao texto dessas crônicas em sua tese aprovada pelo egrégio Departamento de Pós-Graduação em Literatura da UnB no ano passado.
— É, Machado, já se vai um ano do término de minha aventura maravilhosa ali. Comecei pela especialização, em seguida, cursei o mestrado e, finalmente, o doutorado. Não digo isso por vaidade, nem para me exaltar orgulhosamente, mas para incentivar quem deseja conquistar um ideal a perseverar nesse propósito. Em todos esses cursos, você esteve presente. Obrigado, Bruxo!
— Relate-me como se deu sua saga pelo conhecimento literário, Jó.
— Comecei minha luta por esse objetivo ainda jovem. Não fui aluno de graduação da UnB; mas, com perseverança, após cerca de quinze anos de estudos, somente ali, sempre com muita humildade, cheguei ao que queria, graças a Deus. Antes de ingressar na literatura, cursei todas as matérias do curso de linguística aplicada da UnB. Fui aprovado, mas não selecionado para o mestrado desse curso. Então, percebi que minha realização estaria na literatura, em especial na divulgação do riquíssimo material literário espírita, ainda tão pouco conhecido nos meios acadêmicos.
— Desconhecido e discriminado, Joteli; quando somos jovens, e mesmo na idade madura, nem sempre respeitamos a opinião alheia na defesa de nossos pontos de vista. Principalmente, se caímos no erro de apenas analisar um dos lados da questão. Desse modo, o parecer de Eugênio Gomes sobre meu uso da Bíblia, para fins literários, exclusivamente, pode ser acrescido também do Espiritismo. 
Entretanto, quando se analisam todas as crônicas de minha abordagem à nova doutrina, percebe-se a passagem de uma crítica acerba, e mesmo extremada, a outra, mais tolerante e até com o reconhecimento de que “o Espiritismo se ocupa de altos problemas” (A semana, 29 dez. 1895).
Em texto anterior, defendo a liberdade religiosa, principalmente após a extinção da religião do Estado.

Desde que a porta fica assim aberta a todos, em que me hei de fundar para meter na cadeia o Espiritismo? Responder-me-ás que é uma burla; mas onde está o critério para distinguir entre o Evangelho lido pelo presidente Abalo, e o do meu vigário é mais velho, mas uma religião não é obrigada a ter cabelos brancos. Há religiões moças e robustas. Curar com água? Mas o já citado padre Kneipp não faz outra cousa, e o Código, se ele cá vier, deixá-lo-á curar em paz (A semana, 27 out. 1895).

E, então, ainda confundia fenômenos, por ela estudados, com a doutrina... A grande certeza proporcionada pelo Espiritismo é a de que nosso retorno à vida física tem sempre o objetivo de “expiação, melhoramento progressivo da humanidade” (questão 167 d’O Livro dos Espíritos – LE). Isso explica haver no mundo tanta desigualdade social.
— Realmente, amigo Bruxo, se a existência fosse única, inúmeros problemas decorrentes da sorte de pobres e ricos, sãos e aleijados, ignorantes e sábios, bons e maus, enfim, jamais encontrariam solução.
— Depois, a reencarnação não é para sempre, não é mesmo, Joteli?
 — Exatamente, Machado, na questão 168 do LE, lemos que “[...] Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais [o espírito] necessidade das provas da vida material”. Na questão 170 dessa obra, somos esclarecidos de que, após sua última encarnação, o espírito se torna “[...] bem-aventurado; puro espírito”. É nisso que está o sentido da vida, ainda tão incompreendido e questionado por muitas pessoas.






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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

INICIAÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA PART. DE O BLOG ESPIRITISMO SÉCULO XXI




Iniciação ao estudo da doutrina espírita




Os quatro reinos da Natureza

Este é o módulo 59 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. O reino mineral apresenta uma característica própria que o distingue dos demais. Qual é ela?
2. Que são seres inorgânicos?
3. Os seres orgânicos são todos eles constituídos de muitas células?
4. Que diferença básica existe entre os vegetais e os animais?
5. Que características especiais distinguem o homem dos outros seres?

Texto para leitura

A característica do reino mineral é a ausência de vida
1. Observando os seres da Natureza, os naturalistas os classificaram em três reinos: mineral, vegetal e animal. Neste último incluíram também o homem, considerando-o apenas do ponto de vista físico, isto é, somente em seu corpo material, que é, efetivamente, em tudo semelhante ao dos animais superiores. Considerado, no entanto, em sua integralidade, o homem distingue-se de todos os outros seres pela sua inteligência e racionalidade. Ele se destaca, pois, dos animais por qualidades que não pertencem à matéria e que constituem atributos do Espírito. Existiria, então, na Natureza um quarto reino: o hominal.
2. A distinção entre os seres da Natureza é de tal modo intuitiva que desde muito entrou no entendimento humano. Contudo, observando-se os seres mais simples dos extremos das três séries naturais, somos obrigados a reconhecer formas de transição tão sutis que é difícil determinar, dentre elas, qual a classificação exata a que pertençam.  
3. Há, porém, um caráter distintivo entre os minerais e os dos outros grupos, que nenhuma dúvida oferece ao analista: é a ausência de vida nos minerais e a presença dela nos vegetais e nos animais. Por isso, prefere-se um outro tipo de classificação que considera, de um lado, os minerais constituindo os seres brutos ou inorgânicos, e de outro, os vegetais e animais compondo o grupo dos seres vivos ou orgânicos. 
4. A presença da vida traduz-se nos seres orgânicos pela organização celular da matéria de seus corpos e o correspondente aparecimento das funções de nutrição e reprodução. Há muitos seres constituídos de uma única célula, como os protófitos, entre os vegetais, e os protozoários, entre os animais. Nos seres evoluídos, as células se reúnem em tecidos, os tecidos em órgãos e estes em sistemas e aparelhos orgânicos.

Os animais demonstram possuir certo grau de inteligência
5. Respondendo à pergunta 585 d’O Livro dos Espíritos, acerca da divisão da Natureza em três reinos, os Espíritos disseram que do ponto de vista material há apenas seres orgânicos e inorgânicos, mas do ponto de vista moral existem evidentemente quatro graus: minerais, vegetais, animais e a espécie humana.
6. Os seres que formam o reino mineral só manifestam uma força mecânica, que decorre unicamente da matéria de que são formados. Faltam-lhes inteligência e vontade. Tais seres não revelam nem mesmo instintos, o que mostra que, se neles existe algum princípio diferente da matéria, está ele completamente abafado, dormente, em total estado de latência e inatividade. 
7. Os seres que formam o reino vegetal, igualmente até certo ponto inertes e brutos, não têm inteligência nem vontade ativa, mas apresentam o movimento interior da vida e realizam um completo ciclo vital: nascem, crescem, nutrem-se, desenvolvem-se, reproduzem-se, definham e morrem. É que, além da matéria densa, são dotados do princípio vital, de que deriva essa força prodigiosa que lhes comunica a vida. Esses seres não revelam, porém, consciência alguma de sua existência, não sentem prazeres ou dores, não têm percepções e sentimentos. Só possuem vida orgânica, que lhes é comunicada por sua união com o princípio vital. 
8. Os seres que formam o reino animal vivem como os vegetais, mas apresentam movimento e sensações que os vegetais não têm, observando-se, no tocante aos animais superiores, que seus movimentos são livres e obedecem nitidamente à vontade, o que revela que possuem certo grau de inteligência. Prevalece, contudo, no animal o instinto – sua inteligência não lhe dá inteira capacidade de raciocinar.

O livre-arbítrio é apanágio da espécie humana
9. O homem, pelo seu corpo material, se assemelha aos animais, mas deles se distingue totalmente por sua natureza espiritual, por sua alma, que lhe confere razão e senso moral. Dizem os Espíritos Superiores que é muito grande a distância que existe entre a alma do homem e a alma dos animais. No homem vibra, como ser essencial, um Espírito consciente, livre e responsável, destinado a realizar na sua plenitude a pureza, a justiça, o amor e a caridade.
10. O corpo do homem se destrói, como o dos animais, mas ao seu Espírito está assinado um destino que só ele pode compreender, porque só ele é inteiramente livre. O livre-arbítrio é, como sabemos, apanágio da espécie humana. Há, ainda, outra diferença importante entre o animal e o homem: após a morte do corpo físico, a alma do animal conserva a sua individualidade, mas não a consciência do seu eu, e a vida inteligente lhe permanece em estado latente. 
11. A alma do animal – ensina o Espiritismo – fica, depois da morte de seu corpo físico, numa espécie de erraticidade, visto que não mais se acha unida ao corpo, mas não é considerada um Espírito errante, denominação que somente se aplica ao Espírito humano, que pode pensar e obrar por sua livre vontade. 
12. De idêntica faculdade não dispõem os animais. Depois da morte corpórea, a alma dos animais é classificada pelos Espíritos incumbidos dessa tarefa e utilizada quase imediatamente, embora, quanto a esse fato, existam exceções. (Veja a esse respeito -http://www.oconsolador.com.br/ano7/339/oespiritismoresponde.html .)

Respostas às questões propostas

1. O reino mineral apresenta uma característica própria que o distingue dos demais. Qual é ela?
Uma característica distintiva entre os minerais e os dos outros grupos, que nenhuma dúvida oferece ao analista, é a ausência de vida nos minerais e a presença dela nos vegetais e nos animais.
2. Que são seres inorgânicos?
Seres inorgânicos são seres sem vida, como os minerais, em oposição a seres orgânicos, nome dado aos seres vivos que compõem os reinos vegetal e animal.
3. Os seres orgânicos são todos eles constituídos de muitas células?
Não. A presença da vida nos seres orgânicos traduz-se pela organização celular da matéria de seus corpos e o correspondente aparecimento das funções de nutrição e reprodução, mas existem muitos seres vivos constituídos de uma única célula.
4. Que diferença básica existe entre os vegetais e os animais?
Os seres que formam o reino vegetal não têm inteligência nem vontade ativa. Só possuem vida orgânica, que lhes é comunicada por sua união com o princípio vital. Os seres que formam o reino animal vivem como os vegetais, mas apresentam movimento e sensações que os vegetais não têm, observando-se, no tocante aos animais superiores, que seus movimentos são livres e obedecem nitidamente à vontade, o que revela que possuem certo grau de inteligência.
5. Que características especiais distinguem o homem dos outros seres?
O homem, pelo seu corpo material, se assemelha aos animais, mas deles se distingue totalmente por sua natureza espiritual, por sua alma, que lhe confere razão e senso moral. No homem vibra, como ser essencial, um Espírito consciente, livre e responsável, destinado a realizar na sua plenitude a pureza, a justiça, o amor e a caridade.


Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 585 a 600.   
A Gênese, de Allan Kardec, item 29.

Nota:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:



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