segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

ALZHEIMER, DO ESPÍRITO À MATÉRIA

ANDRÉ LUIZ ALVES JR.
locutorandreluiz@hotmail.com
Curitiba, PR (Brasil)
 
 
André Luiz Alves Jr.
Foi numa segunda-feira, 25 de novembro de 1901, que Auguste Deter, uma senhora de 51 anos, internou-se no Hospital de Lunáticos e Epiléticos, de Frankfurt, na Alemanha, sob os cuidados do Dr. Alois Alzheimer. Protestante reformada, casada com um administrador de ferrovias e mãe de uma filha, Auguste D. apresentava o quadro de perda de memória, desorientação e alucinação iniciado há seis meses.
Os sintomas primários resumiam-se a crises de ciúmes excessivas do marido, posteriormente verificaram-se sinais de amnésia progressiva. Auguste D. não encontrava o caminho para voltar para casa e se perdia nas ruas do bairro; carregava consigo alguns de seus pertences e os escondia em locais inapropriados; invariavelmente acreditava que estava sendo perseguida e às vezes gritava imaginando que alguém queria matá-la.
Em pouco tempo, o estado de demência evoluiu significativamente e já na fase final da doença a paciente encontrava-se acamada e totalmente dependente dos cuidados de enfermagem. Não verbalizava, estava desorientada em tempo e espaço, seus membros se atrofiaram e, por permanecer restrita ao leito, apareceram as úlceras de pressão. Logo passou a apresentar incontinência urinária e fecal e sua imunidade se deprimiu, abrindo espaço para doenças oportunistas. Após 5 anos de internação, a paciente do Dr. Alzheimer faleceu.
Na necropsia, Alois Alzheimer teve a oportunidade de analisar o tecido nervoso de Auguste Deter e logo constatou uma atrofia significativa no córtex cerebral, com formação de placas senis e emaranhados neurofibrilares. O neurocientista percebeu que estava diante de uma nova descoberta. Foi então que Alzheimer elaborou cuidadosamente um artigo científico e o apresentou no 37° Congresso de Psiquiatria do Sudeste da Alemanha (South - West - German Society of Alienists) realizado no ano de 1906, com o título: “Uma Doença Peculiar dos Neurônios do Córtex Cerebral”. A doença, que até então era desconhecida, mais tarde recebeu o nome do pesquisador que a descreveu, tornando-se conhecida como Doença de Alzheimer. 
Fisiopatologia 
A doença de Alzheimer é uma neuropatologia degenerativa, progressiva e incurável, que provoca uma atrofia acentuada no córtex cerebral. Em outras palavras, ocorre a morte gradativa do tecido nervoso, o que, por consequência, provoca uma mudança estrutural do encéfalo. O cérebro diminui de tamanho e a perda de conexão entre os neurônios irá resultar em demência. A demência é caracterizada pela ausência ou diminuição das funções do cérebro, alterando a parte cognitiva, a memória, o raciocínio, a linguagem e até mesmo a personalidade.
Atualmente o mal de Alzheimer é a principal causa de demência em pessoas acima de 65 anos. Estima-se que 44 milhões de pessoas no mundo são portadoras de algum tipo de demência, sendo que de 50 a 60% desses casos são desencadeados pelo Alzheimer. A doença tem forte relação com a idade e, como a população mundial tende a envelhecer, o número de casos deverá dobrar a cada 20 anos. 
Causas 
A ciência ainda estuda as causas da doença, mas acredita-se que o acúmulo das proteínas beta-amiloide e tau no cérebro, associadas à diminuição do neurotransmissor acetilcolina, possa ser o fator desencadeante. A formação dessas proteínas interrompe a mensagem neuronal no cérebro, que se torna danificado permanentemente. Outros fatores de riscos, tais como: influência genética, mas não necessariamente hereditária; contaminação por metais pesados (alumínio e manganês), traumatismo craniano, idade e baixa escolaridade, também podem estar relacionados ao Alzheimer.  
Características de personalidades que tendem ao Alzheimer
 
·                    Introspecção, autoritarismo;
·                    Egoísmo;
·                    Depressão e isolamento;
·                    Falta de convívio social;
·                    Dificuldade para mudanças comportamentais, conservadorismo;
·                    Rotinas e manias que levam a transtornos obsessivos compulsivos (TOC);
·                    Ausência da prática de leitura e estímulo de raciocínio, preguiça mental;
·                    Dificuldade para lidar com emoções, sentimentos e frustrações;
·                    Apego exagerado a bens materiais. 
Sintomas 
Os sintomas variam de acordo com os estágios da doença, que evoluem durante anos. No início os pacientes apresentam sinais que podem ser confundidos com a senilidade, como déficit de concentração e episódios de perda de memória recente. Nesta fase é comum o esquecimento de datas de aniversários de pessoas próximas, vencimentos de contas ou até mesmo não saber o dia da semana. Também é frequente a desorientação em espaço. Perdem-se na rua da própria casa, ou guardam objetos em locais descabidos. Alguns podem apresentar apatia, isolamento e agressividade.
Com o desenvolvimento da doença, os indivíduos enfrentam problemas ao tentar executar tarefas simples do dia a dia. Pentear o cabelo, se alimentar e escovar os dentes tornam-se um desafio. A amnésia evolui acentuadamente, a ponto de os pacientes não reconhecerem os próprios filhos. Nas fases finais deixam de se alimentar e ocorre a diminuição ou ausência dos movimentos e também da consciência, resultando em um estado de total dependência. A fragilidade do sistema imunológico facilita o desenvolvimento de outras doenças, agravando ainda mais o quadro. Nesta etapa o falecimento não tardará. 
Doença de Alzheimer e Espiritismo 
Estaria o mal de Alzheimer relacionado a delicados processos expiatórios, ou essa doença seria de origem puramente orgânica, sem qualquer relação com o Espírito?
É importante ressaltar que o tema que estamos debatendo ainda requer estudo mais aprofundado por parte dos pesquisadores do campo da ciência e também do Espiritismo. Ainda não há em nenhuma das vertentes estudos conclusivos acerca da doença.
As elucidações espíritas baseiam-se principalmente nas pesquisas realizadas pela Associação Médico-Espírita do Brasil. Não existem registros específicos atribuídos inteiramente à espiritualidade que possam descrever a doença. As fontes dos estudos espíritas se apoiam nas obras do Espírito André Luiz, pela psicografia do médium Chico Xavier. Alguns de seus livros tratam das influências do Espírito sobre a matéria e vice-versa.
Segundo os estudiosos do Espiritismo, a doença de Alzheimer pode ter origem em conflitos do Espírito refletidos na matéria, o que a psicologia chama de somatização. No livro Nos Domínios da Mediunidade, psicografado por Chico Xavier, André Luiz explica que "assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual absorve elementos que o degradam, com reflexos sobre as células materiais".
Existem basicamente duas causas espirituais que podem estar atreladas ao desenvolvimento do Alzheimer.
Vejamos:
Obsessão: Indivíduos envolvidos em processos obsessivos graves e por longos períodos podem sofrer consequências orgânicas provenientes da emanação do pensamento doentio tanto do obsessor, quanto dele mesmo, imprimindo na matéria as consequências dessas vibrações. Tal ocorrência poderia explicar a atrofia acentuada no encéfalo que é uma característica do Alzheimer. Lembramos que o cérebro é a sede do pensamento e por isso seria a estrutura material mais prejudicada pelas baixas vibrações espirituais.
Auto-obsessão: Esta parece ser a principal causa do Alzheimer atribuída a origens espirituais. A auto-obsessão é um processo nocivo desencadeado pelo próprio Espírito, muito comum nas pessoas com rigidez de caráter, introspectivas, egocêntricas e portadoras de sentimentos doentios como o desejo de vingança, o orgulho e a vaidade. Invariavelmente o sentimento de culpa incutido inconscientemente no Espírito e que às vezes se arrasta por várias reencarnações é o fator determinante. O Espírito é chamado a ajustes com a própria consciência, necessitando de isolamento e esquecimento temporário de suas ações pretéritas.
Invariavelmente as pessoas com Alzheimer podem estar envolvidas nas duas situações acima, uma vez que o pensamento nocivo atrai Espíritos do mesmo padrão vibratório que acabam por iniciar um processo de obsessão mútua, uma espécie de simbiose. É evidente que este processo deve se arrastar por muito tempo até desencadear uma patologia física, por isso o Alzheimer é tão comum na fase senil. Angústias e tormentos psíquicos que duram uma vida inteira, muitas vezes com origem em outras existências, sucumbirão no final da vida física traduzidos em doenças diversas da matéria.
Independente da origem, a doença constitui grande oportunidade de aperfeiçoamento moral, não somente para o paciente, mas também para todos aqueles que estão diretamente envolvidos com o processo do cuidar. Os familiares que estão novamente reunidos para resgatar débitos contraídos entre si enfrentam provações dolorosas com a doença, porém reparadoras. Aquele que cuida hoje certamente foi algoz no passado e necessita reajustar sua conduta ou até mesmo desenvolver sentimentos que ainda não possui.  Para os cuidadores terceirizados, o ensejo é de exercitar a paciência, desenvolver a compaixão e o amor ao próximo, executando a missão escolhida por ele mesmo na espiritualidade.  
Prevenção 
Não existem vacinas ou medicamentos para prevenção da doença. Acredita-se que a adoção de hábitos saudáveis principalmente relacionados à saúde mental pode diminuir a probabilidade do aparecimento do Alzheimer. Pessoas com maiores níveis de escolaridade têm chances menores de desenvolver demência. Recomenda-se a prática da leitura, o exercício do raciocínio, o lazer e o estabelecimento de vínculos afetivos saudáveis. Qualquer atividade que mantenha as conexões neuronais ativas contribui para a higiene mental.
Do ponto de vista espiritual, orienta-se a prática da caridade, o desenvolvimento do amor ao próximo, o exercício incansável do bem e o trabalho edificante como profilaxia para doenças do Espírito. Retidão de caráter e elevação de pensamento contribuem para o aperfeiçoamento do Espírito e evitam transtornos de todas as ordens. Não esqueçamos a recomendação do Cristo: "Orai e vigiai".
Fonte:  Retirado de o Consolador uma Revista de Divulgação Espírita

 

 
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AS MAIS LINDAS CANÇÕES QUE OUVI (179)



À distância
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

 Nunca mais você ouviu falar de mim,
Mas eu continuei a ter você...
Em toda esta saudade que ficou
Tanto tempo já passou e eu não te esqueci.
Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou,
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.
O que restou do nosso amor ficou
No tempo, esquecido por você...
Vivendo do que fomos ainda estou,
Tanta coisa já mudou, só eu não te esqueci.
Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou,
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.
Eu só queria lhe dizer que eu
Tentei deixar de amar, não consegui.
Se alguma vez você pensar em mim,
Não se esqueça de lembrar
Que eu nunca te esqueci...
Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou,
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.
Você pode ouvir a canção acima, na voz dos intérpretes abaixo, clicando nos links citados:
Zezé Di Camargo e Luciano – https://www.youtube.com/watch?v=dEWYIyREMlw
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domingo, 28 de fevereiro de 2016

"É IMPORTANTE O COMPROMETIMENTO COM A TAREFA NA CASA ESPÍRITA"

trevista Espanhol Inglês    
Ano 9 - N° 454 - 28 de Fevereiro de 2016
 
Gilmar Ricardo: 
Entusiasta do importante trabalho de divulgação do Espiritismo,
 o confrade fala sobre sua experiência na distribuição
do jornal
Tribuna do Espiritismo

 
Gilmar Ricardo (foto) é espírita desde 2002. Natural de São Paulo, capital, reside atualmente em Jaguariúna, no interior paulista. Com formação superior e atuando na área administrativa, vinculou-se por dez anos ao Centro Espírita Luz no Caminho e atualmente atua no Grupo Espírita Paulo de Tarso, ambos na cidade onde reside.

Nosso entrevistado tornou-se um ícone na distribuição gratuita do jornal Tribuna do Espiritismo, edição mensal do Instituto Cairbar Schutel, sediado em Matão (SP), visitando mensalmente 30 instituições em 11 cidades. Nesta entrevista ele nos conta sua experiência.  
Como surgiu esse trabalho de distribuição do jornal Tribuna do Espiritismo? O que o inspirou a aceitar e realizar esse esforço? 
No Encontro Anual Cairbar Schutel, de Matão-SP, em 2014, durante o intervalo, peguei uns 50 exemplares e os distribuí no C.E. Luz no Caminho, aqui em Jaguariúna. Com esta entrega, me veio à mente a ideia de tentar veicular o jornal mensalmente pelas cidades do Circuito das Águas Paulista.
Quantas cidades e instituições são alcançadas? Pode especificar as cidades? 
Jaguariúna, Holambra, Santo Antonio de Posse, Pedreira, Amparo, Monte Alegre do Sul, Serra Negra, Lindoia, Águas de Lindoia, Monte Sião (MG) e Campinas. São 11 cidades, 30 instituições, Bancas do Livro Espírita de Campinas e Serra Negra.  
Como você direciona a logística de distribuição? 
Geralmente na última quarta-feira do mês, me desloco a Campinas, à noite, e me encontro com o amigo, palestrante e cantor espírita Leleco, que vem de Bauru trazendo 4 fardos (aproximadamente 2.000 exemplares). Dois fardos são entregues em Campinas, um para a banca do livro espírita e outro para o Centro Espírita Allan Kardec (CEAK), que redistribui para os seus núcleos (menos para o Educandário), que atendo à parte. Outros dois fardos, vou desmembrando em quantidades menores e colocando em sacolas plásticas com o nome e cidade da instituição.
Cada sacola ou fardo é acompanhado mensalmente de uma cartinha especificando a origem, o objetivo da distribuição, sobre anúncios na região etc. Geralmente no primeiro sábado do mês faço o itinerário (menos Campinas e Jaguariúna) e sigo o roteiro até Monte Sião (MG), percorrendo no total, ida e volta, em torno de 200 km. Isso com a esposa ao volante, a sogra e minha irmã como assistentes de entrega.                
Qual é a receptividade das instituições e pessoas com sua visita mensal? 
Como as entregas ocorrem no período da manhã, encontro algumas casas em atividade, quer seja, com Bazar, Evangelização Infantil, Entregas de Cestas básicas, outras atividades sociais etc. A receptividade tem sido cordial, demonstrando satisfação e convidando sempre para uma visita à casa, aos seus trabalhos, que quase sempre são durante a semana e à noite, mas confesso que não tive oportunidade de ir a nenhum (a não ser nas instituições de Jaguariúna e Allan Kardec em Campinas).  
O que mais lhe chama a atenção nesse contato mensal com diferentes instituições e pessoas? 
Independentemente do tamanho da instituição, o amor e o carinho com o público, a atenção de cada tarefeiro, o comprometimento de cada um com os horários, suas funções etc., com o foco no trabalho social.   
Algo marcante que gostaria de ressaltar de sua experiência mensal?
Acredito que o mais marcante e gratificante é o de levar uma mensagem, um conhecimento a mais, alcançar lugares mais distantes, e esse trabalho foi crescendo ao longo deste ano de forma gradual, recebendo quantidades que foram aumentando gradativamente, tudo no seu devido momento e, até este momento, concluindo com as entregas de Campinas, que estava com problemas na sua logística.  
O que falta para sensibilizar dirigentes e tarefeiros espíritas para se engajarem mais na distribuição de jornais, mensagens e revistas? 
Como disse anteriormente, à exceção das instituições de Jaguariúna, não estou presente nos trabalhos de atendimento ao público, mas seria importante, ao receberem qualquer informativo, que fosse divulgado e todos incentivados a pegar, ler e repassar para os mais próximos.  
Por que, na sua opinião, ainda muitas instituições deixam o veículo informativo parado, acumulado, empoeirado, perdendo a oportunidade da distribuição? 
Por mais tecnologia que tenhamos atualmente, acredito ainda na divulgação, na distribuição de mão em mão, contato mais próximo e amoroso. Seria também importante não deixarem o jornal sobre mesas para que cada um tome a iniciativa de pegar, porque em geral as pessoas nem param para verificar o que podem levar.  
Sabe identificar de onde vem seu entusiasmo pela divulgação espírita?  
Confesso que a dificuldade em transmitir os conhecimentos da doutrina ainda me causa inibição, mas com relação a trabalho, digamos burocrático, sempre tive e tenho muito entusiasmo. Quando participo como voluntário de qualquer campanha ou de preparativos, me dedico e procuro sempre fazer o meu melhor e passar para as pessoas como é importante o comprometimento com a tarefa na casa espírita, seja ela qual for.  
Suas palavras finais. 
Fazendo um balanço do ano que passou, estou muito feliz com o trabalho realizado e espero poder continuar realizando esse e outros trabalhos que há ou que surgirem. 
Fonte: Retirado em inteiro teor de O Consolador uma Revista Semanal de Divulgação Espírita

A MAÇONARIA E O ESPIRITISMO


Há no meio espírita muitos maçons, do mesmo modo que militam no seio da maçonaria muitos espíritas.
Perseguida de forma contundente e sistemática pela Igreja de Roma, a maçonaria encontrou no âmbito do Espiritismo uma acolhida que se verificou também no sentido inverso, de tal modo que as relações entre um e outra são antigas e fraternais.
Em uma época não muito distante, havia no Rio de Janeiro um periódico católico que punha em destaque em todas as edições esta frase: “Eis os nossos inimigos” e, em seguida, os nomes Maçonaria, Espiritismo e Comunismo, o que fez também com que muitos ativistas do comunismo no Brasil mantivessem relações estreitas com confrades nossos, como companheiros de sofrimento comum que procuram reunir-se para somar forças.
Lemos na Revista Espírita de 1864 (Edicel, págs. 121 a 126) três comunicações ali postas por Kardec que comentam as relações entre o Espiritismo e a franco-maçonaria.
Na primeira delas, Guttemberg (Espírito) diz que todo maçom iniciado é levado a crer na imortalidade da alma e no Divino Arquiteto e a ser benfeitor, devotado, sociável, digno e humilde. Ali se pratica a igualdade na mais larga escala, havendo, pois, nessas sociedades uma afinidade evidente com o Espiritismo. Asseverando que muitos maçons são espíritas e trabalham muito na propaganda desta crença, Guttemberg prevê que no futuro o estudo espírita entrará como complemento nos estudos abertos nas lojas.
Na segunda mensagem, o Espírito de Jacques de Molé afirma que as instituições maçônicas foram para a sociedade um encaminhamento à felicidade. Numa época em que toda ideia liberal era considerada crime, os homens precisavam de uma força que fosse emancipada por suas crenças, suas instituições e a unidade de seu ensino. “Nessa época – diz Molé – a religião ainda era, não mãe consoladora, mas força despótica que, pela voz de seus ministros, ordenava, feria, fazia tudo curvar-se à sua vontade.”
Concluindo, Jacques de Molé profetiza: “O Espiritismo fez progressos, mas, no dia em que tiver dado a mão à franco-maçonaria, todas as dificuldades estarão vencidas, todo obstáculo retirado, a verdade estará esclarecida e o maior progresso moral será realizado e terá transposto os primeiros degraus do trono, onde em breve deverá reinar”.
Na terceira mensagem, o Espírito de Vaucanson observa que Guttemberg foi contemporâneo do monge que inventou a pólvora – invenção essa que transformou a velha arte das batalhas –, enquanto a imprensa trouxe uma nova alavanca à expressão das ideias, emancipando as massas e permitindo o desenvolvimento intelectual dos indivíduos.
A franco-maçonaria, contra a qual tanto gritaram, contra a qual a Igreja romana não teve anátemas em quantidade suficiente, e que nem por isso deixou de sobreviver, abriu de par em par as portas de seus templos ao culto emancipador da ideia. “Em seu seio – diz ele - todas as questões mais sérias foram levantadas e, antes que o Espiritismo tivesse aparecido, os veneráveis e os grão-mestres sabiam e professavam que a alma é imortal e que os mundos visível e invisível se intercomunicam.”
Segundo Vaucanson, o Espiritismo encontrará no seio das lojas maçônicas numerosa falange compacta de crentes, sérios, resolutos e inabaláveis na fé, porque o Espiritismo realiza todas as aspirações generosas e caridosas da franco-maçonaria.
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sábado, 27 de fevereiro de 2016

A ARTE DE LER E SEUS INCENTIVADORES POR JORGE LEITE DE OLIVEIRA jojorgeleite@gmail.com De Brasília-DF



JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Em nosso país, lê-se pouco, volto a essa antiga toada pois a boa leitura dá o brilho das estrelas aos olhos, repercute os sons do universo nos ouvidos e põe favos de mel no lábios do leitor. Segundo estatística da TV Brasil, no programa de 4 fev. 2016 intitulado Arte da Leitura, a média de livros lidos anualmente, no Brasil, é de quatro livros. Na Argentina, a média é de cinco livros, e na Espanha e Portugal é de dez...
Algumas razões para a pouca leitura: falta de compreensão do que se lê e preço alto da obra literária.
São louváveis, as iniciativas particulares para o incentivo à leitura em nosso país. Em São Paulo, o gaúcho Robson Mendonça criou a Bicicloteca, uma bicicleta que transporta um armário carregado de livros, cuja leitura é proporcionada gratuitamente, desde a criança ao adulto.
Outro cidadão que, voluntariamente, oferece livros para a leitura, na Rua dos Romeiros e no Largo do Bicão, na Penha, Rio de Janeiro, é Evandro dos Santos, que aprendeu a ler aos dezoito anos e faz questão de tentar ajudar todo o mundo a desenvolver o prazer da leitura. Percebeu, nosso amigo, uma coisa: quando se trata de revista em quadrinho, o famoso gibi, o interesse é grande. Certo dia, deixou em uma caixa pública dezoito gibis, pela manhã. Ao meio-dia, quando lá voltou, não havia uma só revista.
Evandro foi o criador da Biblioteca Comunitária Tobias Barreto, no Rio de Janeiro, que atualmente possui um acervo de 17.000 obras. Ele repete a frase, de autoria desconhecida, que “O livro deve ser sentido, cheirado, aberto e lido”.
Outra reportagem muito boa do programa transmitido pela TV Brasil foi com a menina Kaciane Marques, que criou uma biblioteca em cômodo externo de sua própria casa, com acesso direto aos leitores interessados. Sua mãe a ajuda a manter a biblioteca e os registros de empréstimos em ordem. Quando a devolução demora mais de dez dias, a menina pede à mãe para ligar cobrando a devolução da obra ou prorrogando o tempo do empréstimo. Sua biblioteca contém 4.000 livros dos mais variados gêneros literários e gibis.
Kaciane foi estimulada a ler, na 2ª série do ensino fundamental por sua professora Cristina Augusta, que propõe a seus alunos escolher um livro do seu agrado e anotar, num bloco de papel, dados básicos sobre a obra, tais como nome do autor, título do livro, nome da editora, número e ano de edição, além de um pequeno resumo da obra lida. Diz a professora que, no dia seguinte ao empréstimo do primeiro livro à Kaciane, esta devolveu o livro encantada com sua história e já pediu outro. O prazo de leitura é de uma semana. Atualmente, em seu caderno de anotações de leitura, a menina já anotou a leitura de cerca de 500 obras. E ela não parece ter mais do que dez anos...
Diz a professora, encantada com a principal leitora de sua escola, que “a leitura é tudo na vida do ser humano”. Pura verdade. Conheci o mundo sem sair do Rio de Janeiro, apenas lendo, do Gabinete Português de Leitura, obras de grandes escritores e poetas d’além-mar, como Charles Dickens, Victor Hugo, Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Rousseau, Byron, Musset, H. Sterne, Stendhal, a bíblia e obras de literatura greco-romana, esotérica e espírita. Esta última foi um rico filão para minhas produções literárias.
Por fim, cito Lucas Rafael que, em Brasília, criou o projeto “Refresque suas ideias”, o qual se trata de geladeira grafitada com diversos tipos de obras, inclusive gibis, que o interessado pode pegar sem a obrigação de devolver, embora a devolução seja sempre bem-vinda, além de doações de obras para seu projeto. Diz Rafael que sua paixão pela leitura começou na infância e ele espera despertar em outras pessoas, de qualquer idade, o gosto pela leitura. Ainda temos, na Capital, disponibilidade de livros nos pontos de ônibus e um açougue literário, cujas informações futuras ainda lhe daremos, leitor curioso.
Que livro estou lendo atualmente? Sem contar as obras da Federação Espírita Brasileira, que encantam qualquer leitor ávido por notícias daqui e do além, já adentrei o terceiro capítulo do best-seller internacional Sapiens, uma breve história da humanidade, do doutor em história Yuval Noah Harari, que, desde seu lançamento, de janeiro a novembro de 2015 já teve oito edições. Presente do dr. Plotino ao Joteli. O resto são teorias e mais teorias literárias. Ufa!
Saudações “Machadianas”.