terça-feira, 24 de março de 2015

MOVIMENTO VOCÊ E A PAZ REÚNE EM LONDRINA 4 MIL PESSOAS

Brasil
Ano 8 - N° 406 - 22 de Março de 2015
PAULO SALERNO
pgfsalerno@gmail.com
Porto Alegre, RS (Brasil) 
 
 
Movimento Você e a Paz reúne  em Londrina 4 mil pessoas
Depois de coordenar o evento londrinense, Divaldo Franco falou nas cidades de Maringá e Ponta Grossa
 
Divaldo Franco, humanista e Embaixador da Paz no Mundo, viajou desde os Estados Unidos da América diretamente para Londrina (PR), chegando na madrugada do dia 10 para atender seus compromissos em terras paranaenses no período de 10 a 15 de março, após uma exitosa atividade em Miami, nos dias 6, 7 e 8 de março. Nos Estados Unidos, falou no dia 6 para espíritas representantes de dez estados americanos e nos dias subsequentes participou, juntamente com Haroldo Dutra Dias, Alberto Almeida, Suzana Simões, Daniel Assisi e Raul Teixeira da 5ª Conferência da Federação Espírita da Flórida. A 5ª Conferência teve um público de quinhentos e cinquenta pessoas, lotando o Koven Conference Center da Universidade Internacional da Flórida – Campus North, Miami.
 
No dia 10 de março, em Londrina, na Praça Tomi Nakagawa, Divaldo Franco, o Paulo de Tarso da atualidade, abrilhantou a 1ª edição do Movimento Você e a Paz, organizado pela 16ª União Regional Espírita da Federação Espírita do Paraná. Sempre bem humorado, atencioso e solícito, atendeu órgãos de imprensa de Londrina e região às 16h e logo em seguida, às 19h, já estava dialogando com o público durante a sessão de autógrafos. Aguardando o momento aprazado para a abertura, o público foi brindado com belas apresentações musicais, promovidas pelo Monge Budista Genyu Katata, pelo Coral Espírita Nosso Lar e por Nando Cordel.
Estavam presentes no palco os seguintes representantes dos segmentos religiosos: da Seicho No Ie, Sebastião Calmizini; do Templo Budista Hompoji – Budismo Primordial HBS, Monge Hakuze Ferreira; do Templo Budista Honpa Hongandi de Londrina, Monge Genyu Katata; do Movimento Ecumênico de Londrina, Reverendo Ricardo José de Souza; dos Muçulmanos, o Supervisor dos assuntos Islâmicos no Brasil, Sheik Ahmad Saleh Mahari; da Federação Espírita do Paraná, Luiz Henrique da Silva, Presidente, e Danilo Arruda da Luz, 2º Vice-Presidente, acompanhados de dois Conselheiros da FEP, um de Londrina e outro de Maringá; das Religiões de Matriz Africana em Londrina, Dejair Dionísio; dos
Católicos, Padre Irio; da Fé Baha’i, Vera Benassi; e o convidado especial, médium e humanista Divaldo Pereira Franco.
Após a execução e o canto do Hino Nacional, Rogério Dias, Secretário de Gestão Pública, representando o Prefeito Municipal, solidarizou-se com a iniciativa, destacando a importância da cultura da paz. Fábio Testa, Presidente da Câmara de Vereadores de Londrina, discorreu sobre a paz no lar, parabenizando a realização do evento. Os representantes dos diversos segmentos presentes destacaram a importância da construção da paz na intimidade dos indivíduos, no seio da sociedade, aprimorando a paz no lar.
Homenageando três importantes segmentos que atuam em prol da Humanidade, foram agraciadas com o Troféu Você e a Paz as seguintes instituições: Associação Nós Poder Rosa; Sociedade Espírita de Promoção Social; Centro Social Coração de Maria; a RPC – Rede Paranaense de Comunicação; ONG Viver; Lar Infantil Marília Barbosa; ONG Londrina Pazeando; o Núcleo Espírita Irmã Scheila; a Casa da Sopa Fraterna Benedita Fernandes; Casa do Bom Menino; Lar Anália Franco e o Instituto Atsushi e Kimiko Yoshi.
Em sua palestra, Divaldo Franco, apresentando os números que retratam a belicosidade humana, frisou que, apesar de o homem ter alcançado elevado nível de conhecimento científico, ainda não logrou a conquista íntima, causando todo tipo de violência urbana, retratada pelas incidências diárias, agravando a atual situação em que o homem estagia, perdido de si mesmo e de Deus.
Apresentando as propostas elencadas pela UNESCO no ano 2000, que são: 1. Respeitar a vida; 2. Não reagir à violência; 3. Ser tolerante; 4. Dialogar, ouvir para compreender; 5. Respeitar o Planeta; e 6. Redescobrir a solidariedade, Divaldo convidou para que cada um seja um pouco melhor, atuando de maneira consciente na construção de um futuro mais humano e fraterno. Concitou para que cada um, na posição em que se encontra, seja um melhor pai, melhor mãe, melhor filho, melhor cidadão. Seja aquele que cultiva a paz, leve-a dentro do coração, tenha a paz da consciência tranquila.
A paz é o amor, tenha compaixão, misericórdia para com todos. Seja mais fraterno, é possível viver com felicidade no mundo atual. Vale a pena amar. Seja você quem ama, aquele que tem a honra de amar. O importante é amar, frisou o nobre conferencista. O magnífico evento que lotou a Praça Tomi Nakagawa com mais de quatro mil pessoas foi encerrado com a Canção Paz pela Paz, de Nando Cordel, que juntamente com Divaldo, animou o público a cantar. Efusivos aplausos e abraços foram as homenagens à paz, selando o compromisso que cada um assumiu em promover a paz em si mesmo e no mundo a partir daquele momento.
Em Maringá um público numeroso assistiu à conferência proferida no dia 11
Promovida pela União Regional Espírita – 7ª Região, da Federação Espírita do Paraná, a conferência com Divaldo Pereira Franco foi realizada no Excellense Centro de Eventos, no Anel Viário Virgílio Manilia, 21.784, em Maringá/Paraná. O público, estimado em mais de duas mil e quinhentas pessoas, lotou o amplo e confortável salão. A abertura do evento foi protagonizada pelo Coral Vibrasom, da Associação Espírita de Maringá – AMEM, que a todos encantou, provocando fortes aplausos.
 
A mesa diretiva, além de Divaldo Franco, do Presidente da Federação Espírita do Paraná, Luiz Henrique da Silva, e de seu 2º Vice-Presidente, Danilo Arruda da Luz, estava formada com diversas lideranças do movimento espírita e um representante do grupo inter-religioso de Maringá. Presen-tes, também, representantes de diversos segmentos do pensa-mento religioso da cidade e outras autoridades. Luiz Henrique da Silva saudou o público, agrade-ceu-lhe a presença, parabenizando aos que se dedicaram na realização do evento, apresentan-do as boas-vindas da Federação.
O eminente orador narrou uma das ocorrências estampadas no livro O
Perdão Radical, de Brian Zahnd, que retrata o drama vivido por uma sobrevivente da guerra desencadeada pelos turcos para dominar a Armênia, nos anos de 1915 a 1917, quando um milhão e quinhentas mil pessoas foram mortas. A sobrevivente, após evadir-se, e que tornara-se enfermeira na Turquia, por volta do ano de 1925, teve o ensejo de cuidar e recuperar a saúde de seu algoz, que a tinha transformado em escrava sexual no período da guerra. Recuperado, o então oficial turco, agradeceu os cuidados que recebeu. A enfermeira se fez reconhecer, informando ao enfermo recuperado que o havia perdoado, que não o deixou morrer, pois como cristã, aprendeu a amar, até mesmo os inimigos. Tal qual o autor propõe em sua obra, Divaldo pergunta: Você perdoaria nesse caso?
O perdão, frisou o Arauto do Evangelho, deve desempenhar um papel fundamental na vida de cada indivíduo, porque todos necessitam de perdão. Quem perdoa é feliz. Os dois notáveis físicos quânticos, Dr. David Bohm e Dr. Stuart Wolf, concluíram que o amor e o bem são geradores de saúde integral na criatura humana. Quando os indivíduos perdoam, os seus neurônios emitem ondas que produzem paz e saúde. Hanna Wolff, Dostoievski, James Hollis, e a Dra. Robin Casarjian, tiveram suas conclusões comentadas pelo iminente orador, Embaixador da Paz no Mundo, destacando que é necessário que o ser humano tenha um objetivo de vida, que não guarde e nem cultive insucessos, derrotas, fatos negativos, mas que se ame e aprenda a conviver consigo mesmo, porque isso é inevitável.
Finalizando a conferência que prendeu a atenção de todos, Divaldo incentivou e convocou para que cada uma realize a sua viagem interior, para dentro de si mesmo, descobrindo suas potencialidades de amar, de perdoar, conquistando a saúde integral, isto é, a saúde do Espírito. Efusivamente aplaudido, foi possível notar nos presentes os olhares de reconhecimento, de carinho, e de gratidão. A semente foi lançada, o solo é fértil, frutificará sem dúvidas, multiplicando os benefícios do amor.
Uma multidão também numerosa assistiu à conferência realizada em Ponta Grossa
Na noite de 12 de março, o Clube Princesa dos Campos ficou lotado com aproximadamente duas mil e quinhentas pessoas ávidas para ouvirem o Embaixador da Paz no Mundo, Divaldo Franco. O Coral Vozes de Francisco, da Sociedade Espírita Francisco de Assis, apresentou-se abrilhantando a abertura do magnífico evento. A mesa diretiva estava formada por Milciades Lescano Torres, Presidente da Federão Espírita do Paraguai; Iara de Freitas Souza, 1ª Vice-Presidente da União Regional Espírita – URE - 2ª Região; Luís Maurício Resende, Conselheiro da Federação Espírita do Paraná – FEP; Adriano Lino Greca, 1º Vice-Presidente da FEP; Luiz Henrique da Silva, Presidente da FEP; Divaldo Pereira Franco, Conferencista; e Edson Luiz Wachols, Presidente da URE – 2ª Região.
Edson Luiz destacou os dados da fundação da URE – 2ª Região, que completa cinquenta anos no mês de março, relembrando fatos, a tenacidade dos pioneiros e a importância desse órgão dinamizando o movimento espírita nos Campos Gerais. Após breves palavras de saudação e agradecimentos do Presidente da FEP, Divaldo Franco apresentou uma panorâmica dos fatos, circunstâncias, hábitos e influências inerentes ao Império Romano junto ao povo hebreu e outras regiões onde os romanos dominavam, pela violência, por ocasião do nascimento e das atividades de Jesus de Nazaré. Eram tempos de arbitrariedades, de descalabro moral, de corações amargurados.
Com sentida emoção, Divaldo narrou com ímpeto a cura de Natanael Bem Elias na casa de Simão Pedro, bem como outras curas ao longo daquele dia. Verdadeira multidão permaneceu reunida em busca de socorro para seus corpos rotos. Jesus apresentou naquela oportunidade a sua proposta de paz, a paz que torna o indivíduo completamente identificado com Deus. Profetizando, ante Pedro, Jesus lhe disse que mandaria um outro Consolador. Nesse passeio pela História da Humanidade, Divaldo apresentou as conquistas e as derrotas dos cristãos das primeiras horas, as decisões de alguns Concílios, as conquistas tecnológicas e científicas, a ruptura entre ciência e religião no Século XVII, o Iluminismo no século seguinte, o materialismo em suas três correntes: o dialético, o histórico e o mecanicista.
Debruçou-se, o ínclito e tenaz orador, sobre o advento do Consolador Prometido – a Doutrina Espírita -, e o saber que chega através de pesquisadores destemidos. Detendo-se nas obras da Doutrina Espírita codificadas por Allan Kardec, Divaldo foi extraindo lições e apresentando-as como estímulos ao progresso moral e intelectual dos indivíduos, oferecendo um caminhar seguro e equilibrado na conquista de si mesmo, emancipando-se, libertando-se do passado de experiências amargas. Destacando o amor com solução para os desequilíbrios, Divaldo propôs que cada um fizesse uma reflexão sobre seus atos e pensamentos utilizando-se das ferramentas do amor. Finalizada a magnífica conferência, o público aplaudiu de pé, entusiasmado, demoradamente. Foi uma demonstração de gratidão ao incansável médium e orador espírita que um dia decidiu servir e seguir incondicionalmente o Mestre Nazareno.

Nota
:

As fotos que ilustram esta reportagem foram feitas por Jorge Moehlecke.
 
Fonte: O Consolador Revista Semanal de Divulgação Espírita

AMAMENTAR EM PÚBLICO É NORMAL?


Estudo realizado com 13 mil mães em período de amamentação, mostrou que para 55% das mães brasileiras, amamentar em público é normal. Também mostrou que, quanto maior o número de filhos, mais natural é amamentar em público.
A importância de amamentar vai muito além de apenas criar laços entre mãe e filho. O leite materno colabora para a formação do sistema imunológico da criança, previne alergias, obesidade, melhora o desenvolvimento cognitivo e traz diversos outros benefícios.
Um estudo realizado pela Lansinoh Laboratórios, líder mundial em acessórios para a amamentação, com mais de duas mil mães brasileiras em fase de amamentação, mostrou que, para 91,1% das entrevistas, entre 18 e 40 anos de idade, a principal razão para amamentar está ligada aos benefícios com a saúde do bebê.
A pesquisa foi realizada em nove países ( Brasil, China, França, Alemanha, Hungria, México, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos) com mais de 13 mil mulheres e também mostra que China e França possuem o maior percentual de mães que consideram amamentar em público constrangedor. No Brasil, um dos mais elevados índices da pesquisa mostrou que 55% das mães acreditam ser um ato natural e somente 2,5% das entrevistadas consideram amamentar em público algo errado ou desnecessário.
O estudo também mostra que no Brasil, quanto maior o número de filhos, mais natural é amamentar em público. Para as entrevistadas com mais de quatro filhos, esse índice chega a 72,8%, enquanto para as que possuem apenas um, a taxa de aceitação foi de 53,6%.  
Outro destaque apontado pela pesquisa foi sobre o tempo de amamentação. Para 41,5% das mães, o período ideal de amamentação é de seis meses a um ano. No entanto, somente 32% das mães afirmou amamentar seus bebês durante esse tempo.
De acordo com o CEO global da Lansinoh Laboratories Inc., Kevin Vyse-Peacock, como os países buscam maneiras de apoiar as mães lactantes por meio de políticas públicas e benefícios no local de trabalho, esses dados fornecem uma visão direta sobre as atitudes e comportamentos de amamentação das mães que estão passando por esse momento.
Outros dados levantados pela Pesquisa
O Benefício de saúde para o bebê é a principal razão que faz a maioria das mães dos nove países optarem pelo aleitamento materno, variando de 91% no Brasil a 76% na França.   
Acordar a noite para amamentar  está entre as três principais dificuldades apontadas pelas entrevistadas. Este é um problema para 44% das brasileiras, enquanto a dor associada com a amamentação foi destacada por 47% delas.
A "culpa materna" é universal.   Quando perguntadas se elas sentiriam-se culpadas caso não amamentassem, a maioria das mães de oito entre os nove países disseram que sim,  93% das mães brasileiras concordam com isso. A Alemanha é o único país onde a maioria das mães não se sentiriam culpadas (61%).
A maioria das mães em todos os países extrai ou planeja extrair seu próprio leite.   No Brasil, essa afirmação foi dada por 71% das mães entrevistadas. O país com a menor taxa de lactantes que extraem ou planejam extrair leite é a França (65%), e o com a taxa mais alta é a China (85%).
SOBRE A LANSINOH LABORATÓRIOS
Fundada por uma mãe lactante, a Lansinoh (www.lansinohbrasil.com.br) vem auxiliando mães durante a amamentação por 30 anos. Famosa por seu principal e premiado produto, a pomada de Lanolina HPA, a Lansinoh é atualmente a líder mundial em acessórios para a amamentação e está disponível em aproximadamente 60 países. No Brasil, apesar do produto principal já ser comercializado há mais de 10 anos, a empresa abriu sua filial em 2014, e atualmente oferece uma linha de produtos de alta qualidade para amamentação, além de uma linha premium de introdução alimentar, a mOmma by Lansinoh.
mãe amamentando
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Publicado no Portal da Família em 15/03/2015

TRÁFICO CLASSE ALTA


Carlos Alberto Di Franco
Engana-se quem pensa que tráfico de drogas é exclusividade dos morros, das favelas e das periferias excluídas. Não é de hoje que jovens de classe média e média alta frequentam o noticiário policial. Crimes, vandalismo, espancamento de prostitutas, incineração de mendigos, consumo e tráfico de drogas despertam indignação e perplexidade. O novo mapa do crime transita nos bares badalados, vive nos condomínios fechados, estuda em colégios e universidades da moda e desfibra o caráter no pântano de um consumismo descontrolado. Operações policiais, com frequência preocupante, prendem jovens de classe média vendendo ecstasy, LSD, cocaína, maconha... Segundo a polícia, eles fazem a ligação entre os traficantes e os vendedores de drogas no ambiente universitário.
O tráfico oferece a perspectiva do ganho fácil e do consumo assegurado. E a sensação de impunidade –rico não vai para a cadeia- completa o silogismo da juventude criminosa. A delinquência bem-nascida mobiliza policiais, psicólogos, pais e inúmeros especialistas. O fenômeno, aparentemente surpreendente, é o reflexo de uma cachoeira de equívocos e de uma montanha de omissões. O novo perfil da criminalidade é o resultado acabado da crise da família, da educação permissiva, do consumismo compulsivo e de setores do negócio do entretenimento que se empenham em apagar qualquer vestígio de normas ou valores.
Os pais da geração transgressora, em geral, têm grande parte da culpa. Choram os desvios que cresceram no terreno fertilizado pela omissão. É comum que as pessoas se sintam atônitas quando descobrem que um filho consome drogas. Que dirá, então, quando vende. O que não se diz, no entanto, é que muitos lares se transformaram em pensões anônimas e vazias. Há, talvez, encontros casuais, mas não há família. O delito não é apenas o reflexo da falência da autoridade familiar. É, frequentemente, um grito de revolta. Os adolescentes, disse alguém, necessitam de pais morais, e não de pais materiais.
Alguns pais não suportam ser incomodados pelas necessidades dos filhos. Educar dá trabalho. E nem todos estão dispostos a assumir as consequências da paternidade. Tentam, então, suprir o vazio afetivo com carros, mesadas e presentes. Erro fatal. A demissão do exercício da paternidade sempre acaba apresentando sua fatura. A omissão da família está se traduzindo no assustador aumento da delinquência juvenil e no comprometimento, talvez irreversível, de parcelas significativas da nova geração.
Não é difícil imaginar em que ambiente afetivo terão crescido os integrantes do tráfico classe alta. Artigos, crônicas e debates tentam explicar o fenômeno. Fala-se de tudo. Menos do óbvio: a brutal crise que machuca a família. É preciso ter a coragem de fazer o diagnóstico. Caso contrário, assistiremos a uma espiral de delinquência. É só uma questão de tempo.
Psiquiatras, inúmeros, tentam encontrar explicações para os desvios comportamentais nos meandros das patologias. Podem ter razão. Mas nem sempre. Independentemente de eventuais problemas psíquicos, a grande doença dos nossos dias tem um nome menos técnico, mas mais cruel: desumanização das relações familiares. A delinquência, último estágio da fratura social, é, frequentemente, o epílogo da falência da família.
Teorias politicamente corretas no campo da educação, cultivadas em escolas que fizeram a opção preferencial pela permissividade, também estão apresentando um perverso resultado. Uma legião de desajustados e de delinquentes, crescida à sombra do dogma da tolerância, está mostrando suas garras. Gastou-se muito tempo no combate à vergonha e à culpa, pretendendo que as pessoas se sentissem bem consigo mesmas. O saldo é toda uma geração desorientada e vazia. A despersonalização da culpa e a certeza da impunidade têm gerado uma onda de infratores e criminosos. A formação do caráter, compatível com o clima de verdadeira liberdade, começa a ganhar contornos de solução válida. É pena que tenhamos de pagar um preço tão alto para redescobrir o óbvio: é preciso saber dizer não!
Impõe-se um choque de bom senso. O erro, independentemente dos argumentos da psicologia da tolerância, deve ser condenado e punido. Chegou para todos, sobretudo para os que temos uma parcela de responsabilidade na formação da opinião pública, a hora da verdade. É necessário ter a coragem de dar nome aos bois. Caso contrário, a delinquência enlouquecida será uma trágica rotina. Colheremos, indefesos, o amargo fruto que a nossa omissão ajudou a semear.
O consumismo desenfreado, tolerado e estimulado pelas famílias, produz uma geração sem limites. O desejo deve ser satisfeito sem intermediação do esforço e do sacrifício. As balizas éticas vão para o espaço. A posse das coisas justifica tudo. É uma juventude criada de costas para trabalho. O fim da história não é nada bom.
A irresponsabilidade pragmática de alguns setores do negócio do entretenimento fecha o triângulo da delinquência bem-nascida. A exaltação do sucesso sem limites éticos, o vale-tudo e a consagração da impunidade, marca registrada de algumas novelas e programas de TV, têm colaborado para o crescimento dos desvios de caráter. Apoiados numa leitura equivocada do conceito de liberdade artística e de expressão, alguns programas de TV exploram as paixões humanas. Ao subestimar a influência negativa da violência ficcional, levam adolescentes ao delírio em shows e programas que promovem uma sucessão de quadros desumanizadores e humilhantes.
Como já escrevi neste espaço opinativo, recuperação da família, educação da vontade, combate à impunidade e entretenimento de qualidade compõem a melhor receita para uma democracia civilizada.
Jovens e drogas
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Carlos Alberto Di Franco, diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciência Sociais – IICS (www.iics.edu.br) e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, é diretor da Di Franco – Consultoria em Estratégia de Mídia (www.consultoradifranco.com).
Fonte: O Estado de S. Paulo - 02/mar/2015
Publicado no Portal da Família em 06/03/2015

segunda-feira, 23 de março de 2015

Projeto Família Por: Pe. Paulo M. Ramalho é Sacerdote ordenado em 1993. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce; Capelão do IICS (Instituto Internacional de Ciências Sociais).


Pe. Paulo M. Ramalho
Não há projeto humano mais belo na terra do que construir uma família! Como é belo ver um lar com vários filhos e os pais sendo protagonistas da criação de filhos extraordinários que poderão ter uma parcela no futuro na transformação deste mundo!
Os projetos mais valiosos deste mundo são os projetos humanos e construir uma família é o projeto humano por excelência. Nada se compara a isto! A beleza de uma família é incontestável!
O casal que tem este projeto é um casal que fala com a boca cheia. Tem brilho nos olhos.
Construir uma família:
- é perceber que o maior bem que há no mundo, sem comparação nenhuma com qualquer bem material, são os filhos;
- é perceber que cada filho traz uma riqueza extraordinária à família;
- é perceber que cada filho nos faz ser mais felizes, dilata o nosso coração, deixa a vida mais bela;
- é perceber que cada filho é uma fonte de orgulho, de um santo orgulho;
- é perceber que dá mais alegria este projeto do que ser presidente de uma multinacional, ocupar altos cargos profissionais.
Todos nós fomos feitos para coisas grandes. O que acham de ter este projeto?
Muitos dirão: “mais isto não é fácil, o senhor está falando de algo grande, de construir uma família bonita, de ter vários filhos, um, dois, três, quatro... Isto não é nada fácil!” E eu diria: e quem disse que é fácil? Nada que vale nesta vida é fácil. Como dizia um santo, “todo ideal grande custa sacrifício”. E quanto maior o ideal, maior o sacrifício. Mas a beleza do ideal é o que ele vale, não o que custa.
Gostaria que todos vocês sonhassem com este projeto de construir uma família bonita, grande, na medida do possível. Quem for mais velho e já não possa mais realizar este ideal que anime os mais novos a construí-la. Com quantos filhos? Não sei, isto depende de uma série de fatores: condições econômicas, condições físicas, psíquicas etc. Mais quem tem o projeto de construir uma família, tem o desejo de ter, na medida do possível, muitos filhos, pois eles são a materialização da expansão do amor. Quem tem este projeto coloca o ideal de expandir a família na frente de:

- ter um carro último modelo;
- ter uma casa no bairro tal, com tais e tais móveis de tal e tal loja;
- viajar para o exterior todo ano;
- ter roupas de marca etc.
Infelizmente muitas pessoas têm colocado estes requisitos na frente e acabam construindo uma micro família não por razões de força maior, por razões de peso, mas por motivos egoístas, por querer acima de tudo “curtir a vida”, ter "uma vida regalada".
Volto a dizer: nada se compara a ter uma família maravilhosa, grande, na medida do possível, essas famílias que antigamente víamos nos filmes e tocavam profundamente o nosso coração. Elas fazem brilhar os nossos olhos, pois elas são fruto do amor e o próprio do amor é dar-se, expandir-se, abrir-se às alturas etc.
Sonhemos todos nós com este ideal e o mundo se tornará muito mais feliz!
marido, esposa e filhos
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Pe. Paulo M. Ramalho é Sacerdote ordenado em 1993. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce; Capelão do IICS (Instituto Internacional de Ciências Sociais).
Site: http://www.fecomvirtudes.com.br
http://www.facebook.com/ profile.php?id=100001797967721
twitter.com/perseveranza
Publicado no Portal da Família em 19/03/2015

A PÁSCOA E SEUS SÍMBOLOS



O nome páscoa surgiu a partir da palavra hebraica "pessach" ("passagem"), que para os hebreus significava o fim da escravidão e o início da libertação do povo judeu (marcado pela travessia do Mar Vermelho, que se tinha aberto para "abrir passagem" aos filhos de Israel que Moisés ia conduzir para a Terra Prometida).
Ainda hoje a família judaica se reúne para o "Seder", um jantar especial que é feito em família e dura oito dias. Além do jantar há leituras nas sinagogas.
Para os cristãos, a Páscoa é a passagem de Jesus Cristo da morte para a vida: a Ressurreição. A passagem de Deus entre nós e a nossa passagem para Deus. É considerada a festa das festas, a solenidade das solenidades, e não se celebra dignamente senão na alegria [2] .
Em tempos antigos, no hemisfério norte, a celebração da páscoa era marcada com o fim do inverno e o início da primavera. Tempo em que animais e plantas aparecem novamente. Os pastores e camponeses presenteavam-se uns aos outros com ovos.

OVOS DE PÁSCOA
De todos os símbolos, o ovo de páscoa é o mais esperado pelas crianças.

Nas culturas pagãs, o ovo trazia a idéia de começo de vida. Os povos costumavam presentear os amigos com ovos, desejando-lhes boa sorte. Os chineses já costumavam distribuir ovos coloridos entre amigos, na primavera, como referência à renovação da vida.

Existem muitas lendas sobre os ovos. A mais conhecida é a dos persas: eles acreditavam que a terra havia caído de um ovo gigante e, por este motivo, os ovos tornaram-se sagrados.
Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras figuras religiosas.
Pintar ovos com cores da primavera, para celebrar a páscoa, foi adotado pelos cristãos, nos século XVIII. A igreja doava aos fiéis os ovos bentos.

A substituição dos ovos cozidos e pintados por ovos de chocolate, pode ser justificada pela proibição do consumo de carne animal, por alguns cristãos, no período da quaresma.

A versão mais aceita é a de que o surgimento da indústria do chocolate, em 1830, na Inglaterra, fez o consumo de ovos de chocolate aumentar.
COELHO

O coelho é um mamífero roedor que passa boa parte do tempo comendo. Ele tem pêlo bem fofinho e se alimenta de cenouras e vegetais. O coelho precisa mastigar bem os alimentos, para evitar que seus dentes cresçam sem parar.

Por sua grande fecundidade, o coelho tornou-se o símbolo mais popular da Páscoa. É que ele simboliza a Igreja que, pelo poder de cristo, é fecunda em sua missão de propagar a palavra de Deus a todos os povos.
CORDEIRO

O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa, é o símbolo da aliança feita entre deus e o povo judeu na páscoa da antiga lei. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com os pães ázimos (sem fermento) e com o sacrifício de um cordeiro como recordação do grande feito de Deus em prol de seu povo: a libertação da escravidão do Egito. Assim o povo de Israel celebrava a libertação e a aliança de Deus com seu povo.

Moisés, escolhido por Deus para libertar o povo judeu da escravidão dos faraós, comemorou a passagem para a liberdade, imolando um cordeiro.

Para os cristãos, o cordeiro é o próprio Jesus, Cordeiro de Deus, que foi sacrificado na cruz pelos nossos pecados, e cujo sangue nos redimiu: "morrendo, destruiu nossa morte, e ressuscitando, restituiu-nos a vida". É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só com um povo, mas com todos os povos.


CÍRIO PASCAL

É uma grande vela que se acende na igreja, no sábado de aleluia. Significa que "Cristo é a luz dos povos".

Nesta vela, estão gravadas as letras do alfabeto grego"alfa" e "ômega", que quer dizer: Deus é princípio e fim. Os algarismos do ano também são gravados no Círio Pascal.

O Círio Pascal simboliza o Cristo que ressurgiu das trevas para iluminar o nosso caminho.
GIRASSOL

O girassol é uma flor de cor amarela, formada por muitas pétalas, de tamanho geralmente grande. Tem esse nome porque está sempre voltado para o sol.

O girassol, como símbolo da páscoa, representa a busca da luz que é Cristo Jesus e, assim como ele segue o astrorei, os cristãos buscam em Cristo o caminho, a verdade e a vida.

PÃO E VINHO
O pão e o vinho, sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida mais comum para muitos povos. Cristo ao instituir a Eucaristia se serviu dos alimentos mais comuns para simbolizar sua presença constante entre e nas pessoas de boa vontade. Assim, o pão e o vinho simbolizam essa aliança eterna do Criador com a sua criatura e sua presença no meio de nós.
Jesus já sabia que seria perseguido, preso e pregado numa cruz. Então, combinou com dois de seus amigos (discípulos), para prepararem a festa da páscoa num lugar seguro.

Quando tudo estava pronto, Jesus e os outros discípulos chegaram para juntos celebrarem a ceia da páscoa. Esta foi a Última Ceia de Jesus.
A instituição da Eucaristia foi feita por Jesus na Última Ceia, quando ofereceu o pão e o vinho aos seus discípulos dizendo: "Tomai e comei, este é o meu corpo... Este é o meu sangue...". O Senhor "instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar assim o Sacrifício da Cruz ao longo dos séculos, até que volte, confiando deste modo à sua amada Esposa, a Igreja, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal, em que se come Cristo, em que a alma se cumula de graça e nos é dado um penhor da glória futura" [3].
A páscoa judaica lembra a passagem dos judeus pelo mar vermelho, em busca da liberdade.

Hoje, comemoramos a páscoa lembrando a jornada de Jesus: vida, morte e ressurreição.

Colomba Pascal

O bolo em forma de "pomba da paz" significa a vinda do Espírito Santo. Diz a lenda que a tradição surgiu na vila de Pavia (norte da Itália), onde um confeiteiro teria presenteado o rei lombardo Albuíno com a guloseima. O soberano, por sua vez, teria poupado a cidade de uma cruel invasão graças ao agrado.

SINO

Muitas igrejas possuem sinos que ficam suspensos em torres e tocam para anunciar as celebrações.

O sino é um símbolo da páscoa. No domingo de páscoa, tocando festivo, os sinos anunciam com alegria a celebração da ressurreição de cristo.
Quaresma

Os 40 dias que precedem a Semana Santa são dedicados à preparação para a celebração. Na tradição judaica, havia 40 dias de resguardo do corpo em relação aos excessos, para rememorar os 40 anos passados no deserto.

Óleos Santos
Na antiguidade os lutadores e guerreiros se untavam com óleos, pois acreditavam que essas substâncias lhes davam forças. Para nós cristãos, os óleos simbolizam o Espírito Santo, aquele que nos dá força e energia para vivermos o evangelho de Jesus Cristo.
Fontes:
[1] Baseado na Coleção Descobrindo a Páscoa, Edições Chocolate.
[2] A vitória da Páscoa, Georges Chevrot, Editora Quadrante, São Paulo, 2002
[3] Vida Eucarística, José Manuel Iglesias, Editora Quadrante, São Paulo, 2005
Fonte: Portal da família.viva

domingo, 22 de março de 2015

POR UMA CULTURA DE PAZ

Editorial Inglês Espanhol
Ano 8 - N° 406 - 22 de Março de 2015

 
 

Divaldo Franco estava com 70 anos quando decidiu dar início a um novo projeto em sua profícua existência e nasceu então, 17 anos atrás, o Movimento Você e a Paz, que os londrinenses puderam conhecer na noite de 10 de março último quando da vinda do estimado médium à cidade de Londrina. (Sobre o evento do dia 10, leia a reportagem especial publicada na presente edição.)
Dois anos depois foi dado a lume o Manifesto 2000 por uma Cultura de Paz e Não-Violência, esboçado, a convite da Unesco, por um grupo de laureados do prêmio Nobel da Paz. Milhões de pessoas em todo o mundo assinaram esse manifesto e se comprometeram a cumprir os seis pontos nele firmados, procurando agir no espírito da Cultura de Paz dentro de suas famílias, no seu ambiente profissional e em suas cidades.
Na sequência, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o período de 2001 a 2010 a “Década Internacional da Cultura de Paz e Não-Violência para as Crianças do Mundo”.
Os seis pontos constantes do Manifesto são estes:
  1. Respeitar a vida
  2. Rejeitar a violência
  3. Ser generoso
  4. Ouvir para compreender
  5. Preservar o planeta
  6. Redescobrir a solidariedade.
Para atingir esses objetivos, a Unesco trabalha cooperando com os governos em seus três níveis, com o poder legislativo e a sociedade civil, construindo assim uma imensa rede de parcerias, mobilizando a sociedade, aumentando a conscientização e educando para uma cultura de paz.
No Rio de Janeiro, por exemplo, a Unesco está desenvolvendo, em parceria com o Governo do Estado, o programa “Escolas de Paz”, cujo principal objetivo é dar oportunidades de acesso aos jovens, ao mesmo tempo em que procura educá-los para os valores relevantes da vida, para a paz e para a construção da cidadania.
O maior desafio é, evidentemente, transformar os valores da Cultura de Paz em realidade na vida cotidiana, é traduzir cada um dos desafios propostos pela Cultura de Paz em termos práticos e na vida das pessoas.
Desenvolvendo os seis pontos firmados no Manifesto, preparar as condições para que a paz possa reinar na Terra implica:
  • respeitar a vida e a dignidade de cada pessoa, sem discriminar nem prejudicar;
     
  • praticar a não violência ativa, repelindo a violência em todas suas formas: física, sexual, psicológica, econômica e social, em particular ante os mais fracos e vulneráveis, como as crianças e os adolescentes;
     
  • compartilhar o nosso tempo e nossos recursos materiais, cultivando a generosidade, a fim de terminar com a exclusão, a injustiça e a opressão política e econômica;
     
  • defender a liberdade de expressão e a diversidade cultural, privilegiando sempre a escuta e o diálogo, sem ceder ao fanatismo, nem à maledicência e ao rechaço ao próximo;
     
  • promover um consumo responsável e um modelo de desenvolvimento que tenha em conta a importância de todas as formas de vida e o equilíbrio dos recursos naturais do planeta;
     
  • contribuir com o desenvolvimento da comunidade, propiciando a plena participação das mulheres e o respeito dos princípios democráticos, para criar novas formas de solidariedade.
Trata-se de um programa que se afiniza em tudo com o que aprendemos com as lições do Evangelho e com os ensinamentos espíritas.
Que se trata de um trabalho hercúleo e naturalmente lento, todos sabemos.
Mas sabemos também que neles se inserem os elementos indispensáveis para que a guerra, a opressão, a tirania e toda forma de violência sejam varridas do nosso planeta, nessa marcha inelutável rumo a um futuro promissor predito por Jesus, que declarou certa vez que os mansos herdarão a Terra.
Retirado de o Consolador Revista Semanal de Divulgação Espírita

CONSIDERAÇÕES SOBRE O CASAMENTO - PARTE 2 E FINAL

Especial Inglês Espanhol    
Ano 8 - N° 406 - 22 de Março de 2015
GEBALDO JOSÉ DE SOUSA 
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)
 
 
Gebaldo José de Sousa
 
A vida a dois exige, sempre, renúncia de
lado a lado; o casamento, afinal, é uma
conversa a longo prazo

Parte 2 e final
Os filhos problemas são aqueles que prejudicamos, desfigurando-lhes o caráter, envenenando-lhes os sentimentos.
É o que nos ensina Emmanuel (Espírito), no cap. IV do livro Leis de Amor.
Ninguém foge à lei da reencarnação.
(...)
E, sejam quais sejam os teus obstáculos na família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em casa.      “ 11
Antes do casamento, há integração sublime entre os noivos. Os diálogos assumem singular encanto, embalados na melodia do sonho.
Após o casamento, em muitos casos, (...) “Não há concessões recíprocas; não há tolerância e, por vezes, nem mesmo fraternidade. E apaga-se a beleza luminosa do amor, quando os cônjuges perdem a camaradagem e o gosto de conversar.”
“(...) raros conhecem que o lar é instituição essencialmente divina e que se deve viver, dentro de suas portas, com todo o coração e com toda a alma.” 12
Como interpretar essas modificações?
Atingida a convivência no lar, surgem as obrigações do passado.
Muitas dificuldades domésticas são trazidas de outras existências.
Na família reencontram-se afetos e desafetos para ajustes e reajustes.
O DIVÓRCIO
“(...) deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne (...) De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” Mt, 19: 5-6
Contudo, Jesus admitiu o divórcio em caso de adultério (Mt, 19:9).
“O divórcio é lei humana que tem por fim separar legalmente o que já está, de fato, separado. Não é contrário à Lei de Deus, pois apenas reforma o que os homens fizeram e só é aplicável nos casos em que não se levou em conta a Lei divina.”13
Ele é admitido em último caso, para se evitar males maiores.
Mas os Espíritos alertam-nos para as responsabilidades que assumimos no casamento – aliás, concordando com as orientações de Jesus a Joana de Cusa, acima indicadas, que recomendam a renúncia, para preservá-lo:
“Quanto ao divórcio (...) somos de parecer não deva ser facilitado ou estimulado entre os homens, porque não existem na Terra uniões conjugais, legalizadas ou não, sem vínculos graves no princípio da responsabilidade assumida em comum.”14
O CASAMENTO NA BÍBLIA
“O que acha uma esposa, acha o bem, e alcançou a benevolência do Senhor.” Pv, 18:22.
“Os maridos devem amar as suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama a sua esposa, a si mesmo se ama.”  Paulo, Ef, 5:28.
CASAMENTO E AMOR
“Só o que vem de Deus é imutável. Tudo o que é obra dos homens está sujeito a mudanças.
(...) na união dos sexos, ao lado da Lei divina material, comum a todos os seres vivos, há outra Lei divina, imutável como todas as Leis de Deus, exclusivamente moral: a lei de amor. Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se transmitisse aos filhos, e que fossem dois, e não somente um, a amá-los, a cuidá-los e a fazê-los progredir. Nas condições habituais do casamento, a lei de amor é levada em consideração? De modo nenhum. Não se leva em conta a afeição de dois seres que se atraem um para o outro por sentimentos recíprocos, visto que, na maioria das vezes, essa afeição é rompida. O que se busca não é a satisfação do coração, e sim a do orgulho, da vaidade, da cupidez; numa palavra: de todos os interesses materiais.
(...)
Quando Deus disse: ‘Não sereis senão uma só carne’, e quando Jesus falou: ‘Não separeis o que Deus uniu’, essas palavras devem ser entendidas com referência à união segundo a lei imutável de Deus, e não segundo a lei mutável dos homens.” 15
CONCLUSÃO
Casais que se amam desenvolvem linguagem própria: gestos, olhares, sorrisos e piscadelas valem por discursos. Traduzem pensamentos que palavras não exprimem. Conduta que lhes dá alegria e paz. Seus corações se acham próximos – o que lhes favorece o diálogo sereno e constante, expondo, com clareza, os próprios sentimentos.
Os que não se amam cultivam tensões, com agressões e gritos – o que revela que seus corações estão distantes um do outro, ainda que próximos fisicamente. Fatores que lhes povoam a vida de tristeza e infelicidade.
Os primeiros suavizam as dores do caminho e constroem a felicidade possível neste mundo. Os últimos agravam as dificuldades naturais da vida.
No lar, cabe ao casal doar aos filhos amor, educação, amparo e exemplos.
Devem dedicar-se ao estudo do Evangelho, para ensiná-los a orar e a amar a Deus.
Não compreendemos, ainda, na Terra, a importância da oração sincera, em quaisquer circunstâncias, mas que assume extraordinário valor entre as quatro paredes de um lar!
Os cônjuges crescem, quando há real compromisso de um para com o outro e com as tarefas sagradas que abraçaram no lar, se investem no relacionamento; se fazem concessões mútuas; se não guardam mágoas, nem cultivam sentimentos de vingança; se revelam fraternidade, companheirismo; se compartilham alegrias, dores, sonhos e realizações; se expressam admiração e apoio recíprocos; se se elogiam, a sós ou em público.
E a união conjugal cumpre sua finalidade – que é o do crescimento de ambos e o daqueles que os cercam – quando se sentam frente a frente e se olham nos olhos.
O casamento, afinal, é uma conversa a longo prazo.
A vida a dois exige, sempre, renúncia de lado a lado. Em eventuais discórdias, alguém deve dar o primeiro passo, quebrar o gelo.
Requer permanente exercício da compreensão; da doação; do respeito recíproco e às individualidades, às inclinações, e aos hábitos do outro; fidelidade, paciência, e, sobretudo, o cumprimento dos deveres, por menores que sejam.
O apoio ao outro, para que expanda suas potencialidades, seus talentos, desenvolvendo-lhe a autoestima, aproxima o casal.
No casamento o exercício diuturno do amor, do carinho, da ternura, torna a doação algo natural, prazerosa e desenvolve a comunhão espiritual.
O amor deve ser maior que as dificuldades.
Expressões mágicas a favor da harmonia: errei; você tem razão; peço-lhe perdão; fui indelicado; prometo-lhe que mudarei minha conduta.
Que tal começar hoje mesmo a usar estas expressões a favor da paz no lar?
São fatores que criam atmosfera acolhedora e transformam casas (paredes) em lares.
 
Referências:
1. DIAS DA SILVA, MA. Quem Ama Não Adoece. 5. ed. São Paulo: Editora Best Seller, 1994. p. 283.
2. XAVIER, F. Cândido. Boa Nova. Pelo Espírito Humberto de Campos. 13 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1979.  Cap. 15, p. 99 a 104.
3. MCGAREY, Gladys y William. Revelaciones de Edgar Cayce sobre el amor y la familia. Madrid: EDITORIAL EDAF, S. A., 1989. Cap. 16, p. 245. Tradução livre, do Espanhol.
4. XAVIER, Francisco C. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB.1977. Q. 179.
5. XAVIER, Francisco C. Nosso Lar. Pelo Espírito André Luiz. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1982. Cap. 38, p. 212.
6. XAVIER, Francisco C. Vida e Sexo. Pelo Espírito Emmanuel. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1982. P. 60.
7. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1ª edição Comemorativa do Centenário. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Q. 695; 701 e 939, respectivamente.
8. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2013. Cap. V, it. 4.
9. XAVIER, Francisco C. Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 12. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980. Cap. 30, p. 160.
10. VIEIRA, Waldo. Sol nas Almas. Pelo Espírito André Luiz. 3. ed. Uberaba: CEC, 1974. Cap. 37, p. 111.
11. XAVIER, F. Cândido. Luz no Lar. Pelo Espírito Emmanuel. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1991. Cap. 49, p. 124.
12. XAVIER, Francisco C. Nosso Lar. Pelo Espírito André Luiz. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1982. Cap. 20, p. 112.
13. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2013. Cap. 22, it. 5.
14. XAVIER, Francisco C. Evolução em dois Mundos. Pelo Espírito André Luiz. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1979. 2ª Parte, Cap. 8, p. 186/7.
15. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2013. Cap. 22, it. 2 e 3.