sexta-feira, 31 de outubro de 2014

PÍLULAS GRAMATICAIS


Qual é o certo: raios X, raio X ou raio-X?
Veja o que, a respeito do assunto, lemos no blog Assim mesmo (http://letratura.blogspot.com.br/2010/05/raios-xraios-x.html):
«Minúsculos germes portadores de vida, pairando em nuvens pelas galáxias, tinham sido tocados por raios especiais de um Sol moribundo e tinham-se transformado num monstro colossal que se alimentava de raios X e que aterrorizava as carreiras de tráfego regular entre a Terra e Marte» (O Jardim de Cimento, Ian McEwan. Tradução de Cristina Ferreira de Almeida e revisão de Eda Lyra. Lisboa: Gradiva, 4.ª ed., 2005, p. 34).
Não é raro ver grafado com hífen: raios-X. Mas reparem na distinção que faz Sacconi, autor do novíssimo dicionário já aqui referido: «Existe um inconveniente nesse título [«Visão de raio X»] dado pela ISTOÉ a uma carta de um de seus leitores. É preciso estabelecer a diferença entre raio-X e raios X. Raio-X (obrigatoriamente com hífen) é a fotografia ou o exame feito por meio de raios X. Quem já não precisou tirar um raio-X dos pulmões? Já raios X (sem hífen) é o nome que se dá à radiação eletromagnética não luminosa, capaz de atravessar quase todos os sólidos e radiografá-los internamente. Sendo assim, o título acima deveria ser este, se observada a diferença: Visão de raios X.» Os nossos dicionários não acolhem esta distinção, apenas registam raios X.
Temos, então, como corretas as expressões: raios X e raio-X. Não existe a forma raio X.
A dúvida está em que situações devemos usar uma e outra.
Independentemente de ter sido proposta no dicionário do Sacconi, mencionado no blog Assim mesmo, é importante lembrar que existe uma regra clara para isso, e nada mudou com o novo Acordo Ortográfico que entrou em vigor no mês de janeiro de 2009.
A regra diz que na formação de palavras compostas por justaposição (criado-mudo, ferro-velho etc.) usa-se hífen quando as palavras usadas nessa formação "perdem" o significado original e dão, com a justaposição, origem a uma "palavra" com sentido diferente do significado das partes que a compõem.
Tratamos desse assunto na seção "Questões vernáculas" da edição 307 da revista “O Consolador”, como o leitor pode conferir em http://www.oconsolador.com.br/ano7/307/questoesvernaculas.html
    O caso de raio-X é idêntico ao de criado-mudo.
Em criado-mudo não estamos diante de um indivíduo mudo, alguém que não consegue falar, nem de um serviçal, um criado, ou seja, as palavras "criado" e "mudo" perderam o sentido original. Agora, justapostas, indicam um móvel usado geralmente em um quarto da casa: o popular e tradicional “criado-mudo”.
Em raio-X não estamos diante de um raio nem de um X, ou seja, as palavras "raio" e "X" perderam aí o sentido original. Justapostas, indicam uma fotografia de imagem obtida com fundamento nos raios X, cuja descoberta devemos ao físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen.
Diremos então:
- Fui à Ultra Rad fazer um exame de raios X.
- Meu médico viu o raio-X e ficou preocupado.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

COMO APLICAR O PASSE MAGNÉTICO?


Uma leitora perguntou-nos: Qual a melhor maneira de aplicar o passe?
Duas ideias se verificam no meio espírita brasileiro a respeito do assunto. Há os que propõem a simples imposição de mãos, sem nenhuma movimentação, e existem os que entendem que o passe deva ser ministrado com a movimentação das mãos para dar a ele uma eficácia maior.
A divergência de entendimento é fácil de compreender.
Os que propõem a movimentação das mãos durante o passe fluidoterápico se esquecem de que o passe ministrado por nós espíritas pertence, conforme terminologia adotada por Allan Kardec, à chamada ação magnética mista, semiespiritual ou humano-espiritual, na qual, combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Na aplicação do passe há, portanto, o concurso do médium e do Espírito que o assiste.
Ora, segundo o ensinamento constante d´O Livro dos Médiuns, cap. 14, item 176, é esse Espírito que, associando suas forças fluídicas às forças do médium, dirige o fluido que vai ser derramado sobre o paciente, competindo ao médium passista tão somente projetar suas forças fluídicas sobre o paciente, ficando a cargo do amigo espiritual a tarefa de direcioná-las.
Aqui no Paraná já faz mais de trinta anos que a orientação emanada dos órgãos de unificação ligados à Federação Espírita, a respeito do passe, tem sido no sentido de aplicá-lo da forma mais singela possível, tal como se fazia nos tempos apostólicos: a simples imposição das mãos.
Lemos em um dos textos que formam a apostila do COEM (Centro de Orientação e Educação  Mediúnica), obra elaborada sob a supervisão do Dr. Alexandre Sech:
"A imposição de mãos, como o fez Jesus, é o exemplo correto de transmitir o passe. Os movimentos que gradativamente foram sendo incorporados à forma de aplicação do passe criaram verdadeiro folclore quanto a esta prática espírita, desfigurando a verdadeira técnica. Os passistas passaram a se preocupar mais com os movimentos que deveriam realizar do que com o dirigir seus pensamentos para movimentar os fluidos." (11ª Sessão de Exercício Prático, Centro Espírita Luz Eterna, edição de 1978.)  
Sobre o assunto sugerimos à leitora que leia também dois textos publicados na revista “O Consolador”:
“Anotações em torno do passe” - http://www.oconsolador.com.br/46/especial.html
“A imposição das mãos e sua eficácia” - http://www.oconsolador.com.br/ano4/196/editorial.html

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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A DOR É A NOSSA CUSTÓDIA CELESTIAL



Continuamos ontem à noite no Centro Espírita Nosso Lar o estudo do livro Ação e Reação, de André Luiz, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.
Eis o roteiro e o texto que serviram de base ao estudo:

Questões para debate
A. Que provações se abateram sobre Marina?
B. Como a mãe de Marina, já desencarnada, definiu a dor?
C. O encontro com sua mãe produziu algum efeito em Marina?

Texto para leitura
80. O débito agravado – Zilda e Jorge reataram, instintivamente, os elos afetivos do passado. Amando-se com fervor, confiaram-se ao noivado, mas Marina, esquecendo os compromissos assumidos no Mundo Maior e tomada de intensa paixão, passou a seduzir o rapaz, atraindo para o seu escuso objetivo o apoio de entidades caprichosas e enfermi­ças, cuja companhia aliciara sem perceber. Dominado, Jorge abandonou o amor de Zilda e passou a simpatizar com Marina, observando que a nova afetividade lhe crescia assustadoramente no íntimo, sem que ele pu­desse controlar-lhe a expansão... Em pouco tempo, passaram a manter encontros ocultos, nos quais se comprometeram um com o outro na maior intimidade. Zilda notou o distanciamento do rapaz, mas de nada descon­fiou, até que, faltando duas semanas para seu casamento, ele rompeu o noivado, confessando que somente poderia casar-se com Ma­rina. Aluci­nada de dor, Zilda matou-se, sendo recolhida por Luísa, sua mãe, que na época já se encontrava na Mansão. Levado o caso até o Mi­nistro Sân­zio, determinou ele que Marina fosse considerada devedora em conta agravada por ela mesma e, logo após sua decisão, providenciou para que Zilda renascesse como sua filha, o que ocorreu dois anos após seu ca­samento com Jorge. Nilda (o novo nome de Zilda) nasceu, porém, surda-muda e mentalmente retardada, em consequência do trauma perispirítico experimentado com o envenenamento voluntário. Al­guns anos mais tarde, Jorge foi internado em um leprosário, onde estava em tratamento, e desde então, entre o marido doente e a fi­lhinha infeliz, Marina vinha padecendo o abatimento em que o grupo a encontrou, martelada igualmente pela tentação do suicídio. (Ação e Reação, capítulo 12, pp. 170 e 171.)
81. A dor é nossa custódia celestial – O problema de Marina era doloroso do ponto de vista humano, mas encerrava preciso ensinamento da Justiça Divina. Silas administrou novos recursos magnéticos à jovem mãe debilitada e Marina ergueu-se em espírito sobre o corpo somático, pousando em seus benfeitores o olhar vago e inexpressivo. O Assis­tente, como a despertar-lhe as percepções espirituais, afagou-lhe as pupilas, com as mãos aureoladas de fluidos luminescentes e, de re­pente, à maneira de um cego que retorna à visão, Marina viu a genitora que lhe estendia os braços amigos. Com lágrimas a lhe correrem dos olhos, refugiou-se-lhe no regaço, gritando de alegria: "Mãe! minha mãe!... pois és tu?" Luísa acolheu-a docemente no colo afetuoso e, mal reprimindo a emoção, disse-lhe: "Sim, filha querida, sou eu, tua mãe!... Rendamos graças a Deus por este minuto de entendimento". E, beijando-a ternamente, embora aflita, continuou: "Por que o desânimo, quando a luta apenas começa? Ignoras que a dor é a nossa custódia ce­lestial? que seria de nós, Marina, se o sofrimento não nos ajudasse a sentir e raciocinar para o bem? Regozija-te no combate que nos acri­sola e salva para a obra de Deus... Não convertas o amor em inferno para ti mesma e nem creias consigas aliviar o esposo e a filhinha com a ilusão da fuga impensada. Lembra-te de que o Senhor transforma o ve­neno de nossos erros em remédio salutar, para o resgate de nossas cul­pas... A enfermidade de Jorge e a provação de nossa Nilda constituem não somente o caminho abençoado de elevação para eles mesmos, mas igualmente para teu espírito que se lhes associa à experiência na trama da redenção!... Aprende a sofrer com humildade para que a tua dor não seja simplesmente orgulho ferido..."  (Obra citada, cap. 12, pp. 172 e 173.) 
82. Marina se ergue, transformada – Na sequência, Luísa procurou levantar o ânimo da filha infeliz: "Que fizeste do brio de mulher e do devotamento de mãe? Olvidaste o culto da oração que o lar te ensinou? Enganaste-te, assim tanto, para abraçar a covardia como glória moral? Ainda é tempo!... Levanta-te, desperta, luta e vive!... Vive para re­cuperar a dignidade feminina que tisnaste com a nódoa da traição... Recorda a irmãzinha que partiu, acabrunhada ao peso do fardo de afli­ção que lhe impuseste, e paga em desvelo e sacrifício, ao pé da fi­lhinha doente, a conta que deves à Eterna Justiça!... Humilha-te e resgata a própria consciência, com o preço da expiação dolorosa, mas justa... Trabalha e serve, esperando em Jesus, porque o Divino Médico te restituirá a saúde do esposo, para que, juntos, possamos conduzir a pequenina enferma ao porto da necessária restauração. Não penses estar sozinha, nas longas e ermas noites em que te divides entre a vigília e a desolação!... Comungamos os mesmos sonhos, partilhamos as mesmas lu­tas!... Que paraíso haverá para os corações maternos que choram, além do túmulo, senão a presença dos filhos abençoados, embora esses muitas vezes lhes ocasionem longos dias de angústia? Compadece-te de mim, tua mãe, por enquanto sentenciada ao sofrimento pelo amor com que te ama!..." Calou-se Luísa, pois que singultos incessantes lhe abafaram a voz. Marina, então, ajoelhada e lacrimosa, beijava-lhe as mãos, cla­mando: "Mãe querida, perdoa-me! perdoa-me!..." A mãe ergueu-a e, con­duzindo-a até à criança enferma, implorou-lhe, humilde: "Filha que­rida, não procures a porta falsa da deserção... Vive para tua fi­lhinha, como permite o Senhor possa eu continuar vivendo por ti!..." Marina rojou-se sobre a menina triste, mas, atraída pelo próprio corpo, acordou em pranto copioso, bradando, inconsciente: "Minha filha!... minha filha!..." A jovem ressurgia do episódio, transfor­mada. Estava afastado o perigo do suicídio. (Obra citada, cap. 12, pp. 173 e 174.) 
83. O caso Poliana – A assistência a Marina e a Jorge, acolhido no leprosário, continuou nas semanas seguintes, ao lado de outras tarefas que se cobriam de êxito desejável, quando certa noite, no parlatório, Silas foi procurado por um companheiro aflito. "Assistente – disse ele –, nossa irmã Poliana parece vergar, em definitivo, ao peso da imensa prova." E informou que a irmã se encontrava enferma e seu equi­líbrio orgânico declinava de hora a hora, embora lutasse heroicamente para conservar-se ao pé do filho infeliz. A resposta de Silas foi ime­diata e, a breves minutos, ele, André e Hilário – utilizando a voli­tação para lograr mais tempo – chegavam a um casebre situado em zona rural pobre e triste, onde infortunada mulher jazia enrolada em farra­pos, numa esteira de palha ao rés do solo, ao lado de mísero anão pa­ralítico, a exibir o semblante alvar. De pronto via-se-lhe a idiotia completa, sob a vigilância da mãe desditosa, que o fitava entre a aflição e o desencanto. Silas informou: "Temos aqui nossa irmã Poliana e Sabino, o filho desventurado que o Poder Celeste lhe confiou. Espi­ritualmente, são ambos tutelados da Mansão, em pedregoso caminho de reajuste". O coração de Poliana apresentava alarmante arritmia, figu­rando-se-lhes agitado prisioneiro a emaranhar-se nas artérias estrei­tadas em estranhas calcificações. Examinando-a, Silas esclareceu: "Os vasos enfraquecidos do miocárdio ameaçam ruptura próxima, porquanto a doente se encontra na tensão de angústia extrema. A parada súbita do órgão central pode ocorrer de um instante para outro". Ela necessi­tava, porém, de mais tempo no corpo, por causa do filho. Além de jun­gidos à mesma prova, respiravam o mesmo clima psíquico e se alimenta­vam, um ao outro, com as forças que exteriorizavam, no campo da afini­dade pura. Dessa maneira, a desencarnação da genitora repercutiria mortalmente sobre ele... (Obra citada, capítulo 13, pp. 175 a 177.)


Respostas às questões propostas

A. Que provações se abateram sobre Marina?
Por haver contribuído diretamente para o suicídio da irmã, Marina recebeu-a como filha, mas esta, em face do trauma perispirítico por ela mesma causado, nasceu surda-muda e mentalmente retardada. Al­guns anos mais tarde, Jorge (marido de Marina) foi internado em um leprosário, onde estava em tratamento, e desde então, com o marido doente e a fi­lhinha infeliz, Marina vinha padecendo o abatimento em que o grupo de socorristas a encontrou, martelada pela tentação do suicídio. (Ação e Reação, cap. 12, pp. 170 e 171.)
B. Como a mãe de Marina, já desencarnada, definiu a dor?
A dor, disse ela à filha, é a nossa “custódia ce­lestial”. Que seria de nós, se o sofrimento não nos ajudasse a sentir e raciocinar para o bem? Após dizer essas palavras, a mãe pediu-lhe: “Regozija-te no combate que nos acri­sola e salva para a obra de Deus... Não convertas o amor em inferno para ti mesma e nem creias consigas aliviar o esposo e a filhinha com a ilusão da fuga impensada. Lembra-te de que o Senhor transforma o ve­neno de nossos erros em remédio salutar, para o resgate de nossas cul­pas... A enfermidade de Jorge e a provação de nossa Nilda constituem não somente o caminho abençoado de elevação para eles mesmos, mas igualmente para teu espírito que se lhes associa à experiência na trama da redenção!... Aprende a sofrer com humildade para que a tua dor não seja simplesmente orgulho ferido..."  (Obra citada, cap. 12, pp. 172 e 173.)
C. O encontro com sua mãe produziu algum efeito em Marina?
Sim. Quando Luísa, sua mãe, se calou, Marina, então, ajoelhada e lacrimosa, beijou-lhe as mãos, cla­mando: "Mãe querida, perdoa-me! perdoa-me!..." A mãe ergueu-a e, con­duzindo-a até à criança enferma, implorou-lhe, humilde: "Filha que­rida, não procures a porta falsa da deserção... Vive para tua fi­lhinha, como permite o Senhor possa eu continuar vivendo por ti!..." Marina rojou-se sobre a menina triste, mas, atraída pelo próprio corpo, acordou em pranto copioso, bradando, inconsciente: "Minha filha!... minha filha!..." A jovem ressurgia do episódio, transfor­mada. Estava afastado o perigo do suicídio. (Obra citada, cap. 12, pp. 173 e 174.) 



terça-feira, 28 de outubro de 2014

ASSIM COMO AS FLORES SÃO PARA O JARDIM, AS PESSOAS SÃO PARA O PLANETA

Assim como as flores são para o jardim, as pessoas são para o Planeta


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR
Quantas histórias ocorrendo ao mesmo tempo, em lugares tão distintos, com pessoas inimagináveis vivenciando enredos exclusivos, inteiramente íntimos... individuais, formando o coletivo. Cada pessoa possui um universo com seus amores, defeitos a serem dirimidos, conquistas, uma dimensão completa, mas ainda a se desenvolver para, em algum século vindouro, estar, esse espírito, bem mais aprimorado.
E são as pessoas as responsáveis pela graça da vida, isso com referência ao Planeta. Onde houver pessoas também haverá a energia que desperta o coração e entusiasma para viver.
Uma casa sem moradores não tem o brilho do aconchego; uma cidade sem cidadãos fica sem o fluxo do movimento da vida; um país sem pessoas deixa de ter o sentido de tanto progresso em andamento; o Planeta sem seus habitantes seria mais um campo gris e desértico sem flores para colher seus amores, pois a essência espiritual traz cada vez mais as emoções incomparáveis e maravilhosas nascidas no terreno das múltiplas vivências.
No percurso de uma existência, muitas pessoas passam por nossa vida. Algumas deixam somente o perfume; outras deixam o sorriso; poucas, desejo assim afirmar, se esquecem de nos deixar o amor e ainda insistem com a frieza do sentimento... mas numa manhã de primavera compreenderão que a luz mostra a bondade ao coração; e a maior parte das pessoas, felizmente, nos abraça, e nos ama, e nos faz tanto bem, e nos leva a olhar para o céu e dizer: como a vida é maravilhosa!
Há pessoas que apenas com um cumprimento nos ilumina por imensa boa energia; há ainda as que com simplicidade nos cativam totalmente e tanto queremos abraçá-las.
Ainda existem aquelas que aparentam indiferença e frieza perante os passos da vida e os outros participantes da caminhada, mas em muitos casos, é só aparência, pois há dentro um coração tímido desejando amar e ser amado.
Também fazem parte do cotidiano, as pessoas carentes que contam tantas vezes as mesmas histórias e querem atenção, pois se sentem as mais sofridas e tristinhas. Na verdade, por algum motivo foram feridas ou deixaram se ferir, no entanto, só precisam de amor para se desabrocharem e se tornarem flores tão lindas e queridas participantes dos jardins tão vivos.
Ah, o amor! Como é imprescindível para se conquistar a felicidade e leveza para o coração. Todas as pessoas necessitam tanto dessa energia transformadora para o bem.
E na vida surgem também aquelas pessoas tão humildes e simples, entretanto, basta olhar para os seus olhos que se constatará a grandeza de um ser tão maravilhoso e sábio com tanta bondade, pois assim penso: “A singeleza é o manto da sabedoria”.
É como o orvalho na manhã fresca; como o colorido da flor; como a energia linda do sol e o brilho suave da lua; como a chuva no campo ressequido; como as estrelas no céu; como o ar para a continuação da vida; como o alimento para o corpo e a prece para o espírito; como o amor para um coração ser feliz. Assim são as pessoas. Elas animam o Planeta e dão o sentido para a sua perpetuação.
Cada pessoa possui sua característica, sua necessidade de reforma, suas conquistas, seus desejos, seus débitos a quitar, suas alegrias e tristezas, seu conjunto de existências, sua luz... sua centelha divina.
Cada pessoa é um universo repleto de sentidos, sensações, sentimentos, atitudes e pensamentos.
Cada pessoa traz sua luz já forte ou ainda fraquinha, entretanto, existente a ser aprimorada, a ser compartilhada com tantas outras... com o Planeta.
Sem dúvida, a vida ganha seu brilho e entusiasmo pelas pessoas estarem presentes, por existirem, pois sem a sua presença nada teria sentido. Não haveria espetáculo se não houvesse os músicos nem a plateia assistindo.
E as pessoas são a roupagem atual dos espíritos eternos. Se há necessidade de aprimoramento, isso é imprescindível, porém, tão certo quanto o tesouro que cada uma é para o desenvolvimento e sentido da vida.
Cada pessoa é luz, é amor, é paz, é alegria, é a completude a ser preenchida no Planeta. Se ainda não é perfeita, mas já é perfectível.
Cada pessoa traz o seu colorido para a paisagem, a nota para a música, o verso para o poema.
Sim... cada pessoa possui seu universo tão indiscutível ao universo total.
E tudo possui brilho, pois há o sentido de as pessoas existirem e compartilharem uma vida que busca a eternidade.

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A PENA DE MORTE NÃO MATA O ESPÍRITO DELINQUENTE

Especial Inglês Espanhol    
Ano 8 - N° 386 - 26 de Outubro de 2014
ANDRÉ LUIZ ALVES JR.
locutorandreluiz@hotmail.com
Curitiba, PR (Brasil)
 
 
André Luiz Alves Jr.
O sentimento de revolta em decorrência da taxa crescente da criminalidade, a impunidade e a sensação de vulnerabilidade alimentam o desejo de vingança. Cansados de esperar uma resposta do Estado, a população, erroneamente, tem procurado fazer justiça com as próprias mãos. Observamos nos últimos meses cenas desoladoras de linchamento. Parece que retrocedemos à época da lei de talião, deixando transparecer a animalidade da natureza humana.
Provavelmente, uma parcela significativa da população já cogitou a ideia de instalação da pena capital no Brasil. Sempre que os noticiários divulgam aqueles crimes hediondos que chocam a opinião pública, com um requinte de sensacionalismo, o assunto "pena de morte" é relembrado. A opinião se agrava quando deixamos o posto de espectador e assumimos o papel de vítima. 
Alguns dados 
Atualmente, cerca de 90 países adotam a pena extrema, o que não significa que a aplicam na prática. Há uma tendência de erradicação da pena capital no mundo todo. Algumas nações estão revendo suas legislações, enquanto outras já aboliram a pena de morte de seu sistema judiciário. Por outro lado, o número de execuções tem crescido entre as que insistem em mantê-la.
Um dos países que ainda investem na pena capital são os Estados Unidos. A condenação máxima é utilizada em 32 dos 50 estados que constituem essa nação. Os americanos favoráveis à pena de morte ainda são a maioria, mas o índice de aprovação caiu nos últimos 20 anos. De acordo com o instituto Gallup, no ano de 1994, 80% dos cidadãos norte-americanos se declaravam a favor da pena de morte em casos de homicídio e apenas 16% se opunham à sua aplicação. No ano passado, os percentuais eram de 60% e 35%, respectivamente.
No Brasil ocorre o contrário: uma pesquisa encomendada pela Confederação Nacional das Indústrias em 2011 demonstrou que 31% dos brasileiros defendem integralmente a pena de morte e outros 15% em apenas alguns casos. Entretanto, 51% dos brasileiros são favoráveis à prisão perpétua.
Em 2013 foram executadas 778 pessoas em 22 nações. Ainda no mesmo ano, foram estabelecidas, ao menos, 1.925 novas sentenças de morte em 57 países e cerca de 23.392 pessoas encontravam-se no corredor da morte.
A maioria das execuções ocorreu na China, Irã, Iraque, Arábia Saudita, EUA e Somália, nessa ordem. Estima-se que o número pode ser bem maior, pois os países que vivem sob o regime ditatorial não costumam divulgar seus dados. (1) 
A pena de morte reduz a criminalidade? 
Alguns estudos apontam que a pena de morte é ineficaz no combate à criminalidade. O índice de crimes nos estados americanos que adotam a pena de morte é 1% maior, se comparado com os estados abolicionistas. No Canadá ela deixou de existir em 1975 e de lá pra cá os delitos decaíram 44%. Os criminosos não deixam de cometer o dolo pensando na possível pena que lhe poderá ser infringida.
Outro importante aspecto a analisar é a possibilidade do erro de sentença. Nenhuma nação que adota a pena de morte está isenta de cometer uma injustiça. Existem vários casos de comprovação de inocência do condenado após a sua execução.
Uma pesquisa divulgada em abril de 2014 demonstra que 4% dos condenados à morte nos Estados Unidos eram pessoas inocentes. Esse estudo avaliou os casos de réus que estavam no corredor da morte entre os anos de 1973 e 2004 e conseguiram provar a inocência antes da execução. A mesma pesquisa constatou que uma em cada 25 sentenças de morte estava errada, ou seja, o acusado não tinha culpa.
É importante lembrar que a pena de morte é uma sentença definitiva. Não há como o Estado devolver a vida do executado quando se comprova a inocência após a aplicação do castigo. Se essas injustiças acontecem em países desenvolvidos, o que pensar do Brasil?
Alguns defendem que a pena de morte é cruel e desumana. Recentemente, também nos Estados Unidos, um sentenciado agonizou por cerca de 30 minutos até morrer, depois de receber uma injeção letal malsucedida. Outro caso conhecido foi a execução desastrada de um prisioneiro na cadeira elétrica. O réu suspirou várias vezes com a cabeça em chamas antes de receber a descarga fatal.
Além de tudo, os mecanismos de execução são onerosos para o Estado. Na Califórnia, as execuções anuais não saem por menos de US$ 137 milhões. Estima-se que a substituição da pena capital pela prisão perpétua custaria aos cofres públicos apenas US$ 11,5 milhões, uma economia de 70%. 
Pena de morte no Brasil 
O que pouca gente sabe é que no Brasil existe a pena de morte instaurada e assegurada pela Constituição Federal vigente. É o que diz o art. 5º, inciso XLVII: Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84 [...]
Sim, a pena de morte existe no Brasil, em tempos de guerra. Além da Constituição Federal, ela é regulamentada pelo Código Militar Penal, que pune seus combatentes em casos de traição, genocídio e deserção durante a guerra. Vale ressaltar que a pena capital somente será aplicada em casos extremos. A execução acontece por fuzilamento.
A pena de morte aplicada à sociedade civil deixou de existir oficialmente em nosso país desde a Proclamação da República em 1889, todavia a última execução aconteceu alguns anos antes, em 1876, e foi aplicada a um escravo de nome Francisco, no estado de Alagoas.
Atualmente o Brasil é membro do Protocolo da Convenção Americana de Direitos Humanos para a Abolição da Pena de Morte. Segundo as leis internacionais, a aplicação da pena capital em casos de guerra é aceitável, como acontece no Brasil. 
Controvérsias 
Há quem defenda com entusiasmo a extensão da pena de morte à sociedade civil brasileira, contudo é necessário observar que, do ponto de vista jurídico, ela é inaplicável.
A Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 5º prevê:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]
O direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade é um preceito constitucional, que se sobrepõe aos outros.  
Indubitavelmente, o maior de todos os direitos e que, por si só, permite a garantia dos outros é o direito à vida. Entende-se, portanto, que a pena de morte no Brasil, se implantada por lei, seria inconstitucional, salvo o caso previsto e já comentado (durante guerra declarada).
A grande questão é que o artigo 5º da Constituição Federal é uma cláusula pétrea, ou seja, não pode sofrer alteração, nem mesmo por emenda constitucional. Alguns juristas defendem, assim, que para instaurar a pena de morte no Brasil seria necessário convocar uma Assembleia Constituinte (colegiado responsável por elaborar e revisar a constituição). Outros estudiosos do assunto alegam, no entanto, que nem mesmo uma Assembleia Constituinte poderia trazer de volta as situações já extintas por outras Constituições Federais, como é o caso da pena extrema, pois seria um retrocesso na conquista de direitos sociais. 
A pena capital para o Espiritismo 
A pena de morte é uma violação das Leis Divinas. É faltar com a caridade e com o perdão. Recordemo-nos de Moisés no Monte Sinai, o qual, inspirado pelo alto, colocou na pedra os dez mandamentos (a primeira revelação divina), dos quais um diz: "Não matarás".
O direito à vida é a maior dádiva que o Espírito pode receber da Providência Divina, pois constitui oportunidade para seu progresso moral e intelectual, mas o ser humano, na sua imperfeição, deseja sobrepor-se ao Criador, instituindo leis que atentam contra a própria vida.
Ninguém tem o direito, em caso algum, de extrair a vida de seu semelhante.
As leis humanas só serão perfeitas quando estiverem alicerçadas nas leis Divinas; se uma das recomendações das leis de Deus é "Não matarás", certamente a lei dos homens estaria divergindo das leis naturais, se admitisse a pena capital.
Um verdadeiro cristão jamais deve alimentar o desejo da aplicação da pena de morte, tampouco buscar a justiça pelas próprias mãos.
Busquemos lucidez em "O Livro dos Espíritos":

760. A pena de morte desaparecerá um dia da legislação humana?
A pena de morte desaparecerá incontestavelmente e sua supressão assinalará um progresso da Humanidade. Quando os homens forem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida da Terra. Os homens não terão mais necessidade de ser julgados pelos homens. Falo de uma época que ainda está muito longe de vós.
 
761. A lei de conservação dá ao homem o direito de preservar a sua própria vida; não aplica ele esse direito quando elimina da sociedade um membro perigoso?
Há outros meios de se preservar do perigo, sem matar. É necessário, aliás, abrir e não fechar ao criminoso a porta do arrependimento.
A pena de morte é, pois, o reflexo de nossas imperfeições e evidencia nossas limitações morais. Chegará o tempo em que não necessitaremos mais da justiça dos homens, pois prevalecerão o amor, a caridade, o perdão e, sobretudo, a justiça. E nessa ocasião não haverá espaço para a violência.
É evidente que o criminoso não deverá permanecer impune. Ele deve ser isolado da sociedade para proteger a vida dos homens de bem e para que o delinquente não se torne reincidente, até mesmo porque nenhum Espírito conserva-se eternamente mau. Mas ceifar-lhe a vida é negar-lhe a oportunidade de arrependimento e corrigenda, como nos alertam os Espíritos superiores:
 
[...] "Devem amar os infelizes, os criminosos, como criaturas de Deus, para as quais, desde que se arrependam, serão concedidos o perdão e a misericórdia, como para vós mesmos, pelas faltas que cometeis contra a sua lei. Pensai que sois mais repreensíveis, mais culpados que aqueles aos quais recusais o perdão e a comiseração, porque eles quase sempre não conhecem a Deus, como o conheceis, e lhes será pedido menos do que a vós. [...]
[...] "Amai-vos, pois, como os filhos de um mesmo pai; não façais diferenças entre vós e os infelizes, porque Deus deseja que todos sejam iguais; não desprezeis a ninguém. Deus permite que os grandes criminosos estejam entre vós, para vos servirem de ensinamento. [...] Não deveis dizer de um criminoso: ‘É um miserável; deve ser extirpado da Terra; a morte que se lhe inflige é muito branda para uma criatura dessa espécie’. Não, não é assim que deveis falar! Pensai no vosso modelo, que é Jesus. Que diria ele, se visse esse infeliz ao seu lado? Havia de lastimá-lo, considerá-lo como um doente muito necessitado, e lhe estenderia a mão. Não podeis, na verdade, fazer o mesmo, mas pelo menos podeis orar por ele, dar-lhe assistência espiritual durante os instantes que ainda deve permanecer na Terra. O arrependimento pode tocar-lhe o coração, se orardes com fé. É vosso próximo, como o melhor dentre os homens. Sua alma, transviada e revoltada, foi criada, como a vossa, para se aperfeiçoar. Ajudai-o, pois, a sair do lamaçal, e orai por ele.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XI - Caridade para com os criminosos.)
A execução em momento nenhum livra-nos do problema. O Espírito delituoso apenas abandona a vestimenta carnal, às vezes em estado de revolta, sendo necessário retornar ao plano físico para reparar o erro cometido e poderá tropeçar no mesmo obstáculo.
"Matar criminosos não resolve: eles não morrem. Os seus corpos descerão à sepultura, mas eles, Espíritos Imortais, seguirão vivos e ativos, pesando negativamente no ar que respiramos. E muitos poderão voltar piores do que foram." (Revista Reformador - FEB - Edição de Outubro de 1981.)
É necessário tratar o problema em sua origem. A criminalidade decorre de questões espirituais e sociais da mais alta complexidade. Pela perspectiva espiritual, a mudança constitui um processo lento, mas inevitável. É necessário amparar nossos irmãos que ainda se acham na ignorância, proporcionando-lhes oportunidade de regeneração. Orientar, perdoar e amar, essas são as recomendações.
Já as questões sociais permeiam as necessidades básicas de cidadania, como condições de igualdade, acesso à informação e à educação, saúde, segurança, moradia, saneamento básico, lazer e sobretudo a preservação da dignidade humana. Muitas vezes o Estado falha na garantia desses princípios e, quando a situação foge do controle, criam-se mecanismos imediatistas e ineficientes como a pena de morte.
O problema é de todos nós. Não nos cabe julgar ou punir. Na falha da lei dos homens, deixemos que a Providência Divina se encarregue dos reajustes.
Pena de morte, não!
 
(1) Os dados citados são da Anistia Internacional e referem-se a 2013.

Referências:

 
  1. Anistia Internacional - disponível em: http://anistia.org.br/
  2. O Evangelho segundo o Espiritismo - Allan Kardec
  3. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
  4. O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
  5. Reformador - edição de outubro de 1981 – FEB.

  Fonte: compartilhado de o Consolador uma Revista de Divulgação Espírita
 

 

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

FICA SEMPRE UM POUCO DE PERFUME


Fica sempre um pouco de perfume

 

Irmã Judith Junqueira Vilela  

 

 

Fica sempre um pouco de perfume

nas mãos que oferecem rosas,

nas mãos que sabem ser generosas.

Dar do pouco que se tem

a quem tem menos ainda

enriquece o doador,

faz sua alma ainda mais linda.

Dar ao próximo alegria

parece coisa tão singela.

Aos olhos de Deus, porém,

é das artes a mais bela.

 

Fica sempre um pouco de perfume

nas mãos que oferecem rosas,

nas mãos que sabem ser generosas.

Dar do pouco que se tem

a quem tem menos ainda

enriquece o doador,

faz sua alma ainda mais linda.

Dar ao próximo alegria

parece coisa tão singela.

Aos olhos de Deus, porém,

é das artes a mais bela.

 

Fica sempre um pouco de perfume

nas mãos que oferecem rosas,

nas mãos que sabem ser generosas...


 


A autora, Irmã Judith Junqueira Vilela, pertencia à Ordem das Missionárias de Jesus Crucificado quando compôs a canção acima, que você pode ouvir na voz dos intérpretes seguintes:

Elizabete Lacerda - https://www.youtube.com/watch?v=f4G7yWEHqQo

Vansan - https://www.youtube.com/watch?v=qhq8OPU9ax0

 

 

domingo, 26 de outubro de 2014

"A DOUTRINA ESPÍRITA NUNCA ESTEVE TÃO EM EVIDÊNCIA COMO AGORA"

Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 8 - N° 386 - 26 de Outubro de 2014
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP (Brasil)
 
 
Antônio Carlos Navarro: 
O palestrante paulista fala-nos sobre sua vivência e experiência
na divulgação da doutrina espírita
 
Antônio Carlos Navarro (foto), espírita desde 1986, nasceu e reside em São José do Rio Preto, dinâmica cidade do interior paulista. Eletrotécnico e gestor de construções eletromecânicas, vincula-se ao Centro Espírita Francisco Cândido Xavier, em que atua como Secretário e Diretor de Doutrina. Palestrante  muito conhecido e respeitado, ele fala  
na presente entrevista sobre sua experiência na divulgação do Espiritismo.

Como palestrante com uma ativa agenda de compromissos, qual a motivação e critério na elaboração dos temas?
Há, basicamente, dois motivos íntimos que são a convicção absoluta na mensagem de Jesus e a confiança na condição de ser a doutrina espírita o Consolador prometido e, portanto, a terceira revelação, que necessita ser divulgada. Quanto à elaboração dos temas, buscamos relacionar as situações, acontecimentos e conhecimentos humanos com o conteúdo da doutrina, em especial com relação a O Livro dos Espíritos
O que mais lhe chama atenção no conteúdo doutrinário do Espiritismo?
A lógica e a forma como ele nos esclarece sobre todas as coisas e ainda como nos faz lembrar o que o Senhor Jesus disse, conforme Sua própria previsão. 
Qual é sua visão sobre a atualidade do movimento espírita em geral?
A doutrina espírita nunca esteve tão em evidência para o público em geral, e isso graças ao dinamismo dos seus trabalhadores, nos mais diversos campos, sejam eles nos aspectos filosófico, científico ou religioso.  
Como vai o movimento espírita em sua cidade?
Muito ativo. Existe em São José do Rio Preto quase uma centena de Centros Espíritas, e dos que conhecemos, todos apresentam várias frentes de trabalho, sejam doutrinárias ou assistenciais em nome da caridade cristã. 
Qual a maior dificuldade, em sua visão, para maior expansão da ideia espírita junto ao grande público?
Desmistificar a ideia que se faz da doutrina espírita, que ainda é muito confundida com outras filosofias espiritualistas e vista como contrária à mensagem contida na Bíblia, sendo até mesmo considerada sua prática como pecado diante de Deus. 
Há algo marcante em sua experiência de viagens e palestras de divulgação que gostaria de relatar?
Marcam o nosso íntimo o respeito e o carinho com que somos recebidos, e a forma com que nos fazem sentir parte dos Centros que visitamos.  
O que mais observa no público ouvinte durante suas palestras?
Em geral o público é sempre muito interessado, mas temos o dever de atingi-los sempre com mais empatia naquilo que gostariam de ouvir, para que possam captar a mensagem que transmitimos com mais eficiência, produzindo resultados íntimos mais rapidamente. 
No tocante à realidade das instituições, que visão sua experiência lhe oferece?
Há uma variedade muito grande, quanto à forma e ao fundo, nas instituições espíritas, sempre em função das possibilidades dos confrades envolvidos, e que precisamos respeitar, mas que sempre terão algo a nos ensinar na prática do dia a dia. 
Algo mais que gostaria de acrescentar?
O momento é de expansão do movimento espírita, e, por isso mesmo, hora de vigilância doutrinária, equilíbrio e de caminhar com segurança e determinação, que só serão possíveis através do estudo sistemático das obras de Allan Kardec e das subsidiárias vinculadas à filosofia espírita. 
Suas palavras finais.
Muitíssimo obrigado pela oportunidade da entrevista e parabéns à revista O Consolador, que temos o hábito de ler, pelo trabalho que tem feito na divulgação da Doutrina Espírita. Desejamos a todos muita paz e sucesso nos caminhos da vida.
Fonte: Retirado em inteiro teor de O Consolador uma Revista de Divulgação Espírita